O dólar comercial fechou esta terça-feira (24) em queda 0,19%, a R$ 3,576 na venda, em um dia instável. Na véspera, o dólar havia subido 1,87%. Com isso, a moeda acumula alta de 3,94% no mês. No ano, no entanto, a moeda tem desvalorização de 9,44%.
O dólar operou a maior parte do dia em queda, e chegou a cair mais de 1% pela manhã, após o anúncio de medidas do governo para tentar melhorar as contas públicas e estimular a economia.
O presidente interino, Michel Temer, sugeriu enviar uma emenda à Constituição para limitar os gastos públicos e acabar com o Fundo Soberano, espécie de poupança criada em 2008 para usar em períodos de crise.
Outras medidas apresentadas foram o pagamento antecipado de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a União e a discussão sobre a Petrobras ter, obrigatoriamente, que participar da exploração de petróleo no pré-sal.
À tarde, porém, o dólar anulou a queda e chegou a operar em alta, em meio a avaliações de que o governo deve enfrentar dificuldades em seu primeiro grande teste no Congresso Nacional: aprovar a nova meta fiscal.
O governo está pedindo ao Congresso autorização para ter um rombo de R$ 170,5 bilhões nas contas deste ano.
"Está ficando claro que o governo não tem uma força tão grande no Congresso, especialmente depois da saída do Jucá. Pode ser que fique preso na mesma armadilha em que caiu o governo anterior, tendo que lutar por apoio", disse o operador de um importante banco nacional, referindo-se ao ex-ministro do Planejamento Romero Jucá.
Na véspera, foi divulgado áudio de conversa de Jucá sugerindo que poderia tentar frear o avanço da Operação Lava Jato. O vazamento da conversa levou à queda do ministro.
"O mercado está trabalhando com o cenário de que a meta passa. Um cenário diferente –atrasos na aprovação, autorização para gastos adicionais– pode gerar algum nervosismo", disse, pela manhã, o especialista em câmbio da corretora Icap, Ítalo Abucater.