Em dois dias de governo do presidente interino Michel Temer, o dólarcomercial avançou 2,26%. A moeda norte-americana, que era cotada a R$ 3,446 na quarta-feira, fechou esta sexta-feira (13) valendo R$ 3,524. Em relação à véspera, o dólar subiu 1,47% e emendou a segunda alta seguida.
Com isso, o dólar termina a semana com alta de 0,59%. No mês, a moeda acumula ganho de 2,43%. No ano, no entanto, tem desvalorização de 10,75%.
Nesta sexta, ministros do presidente interino Michel Temer (PMDB) reforçaram, em entrevista coletiva à imprensa, que o novo governo visa o equilíbrio fiscal e vai avançar em reformas.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que é preciso uma "avaliação bastante forte e cuidadosa" dos programas sociais, e defendeu a sustentabilidade futura da dívida pública como principal prioridade em termos de política econômica.
Meirelles afirmou, ainda, que os membros da sua equipe serão anunciados na segunda-feira, incluindo o presidente do Banco Central. Mais cedo, em entrevista à TV Globo, o ministro afirmou que "tudo indica" que o rombo nas contas públicaseste ano deve ser maior que o previsto.
O ministro do Planejamento, Romero Jucá, disse que o governo deve avançar nas reformas e citou especificamente a da Previdência e o corte de 4.000 cargos comissionados.
No exterior, dados divulgados pela manhã mostraram que as vendas no comércio nos Estados Unidos tiveram a maior alta em um ano em abril, o que sugere que os juros no país podem ser elevados em breve.
O aumento dos juros nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente investidos em países onde as taxas de juros são maiores, como o Brasil.
Além disso, os preços do petróleo caíam no mercado internacional, o que colaborava para o pessimismo dos investidores em relação aos mercados emergentes.
Diferentemente do que fez nas duas últimas sessões, o Banco Central não realizou leilões de swap cambial reverso (equivalentes à compra futura de dólares).
Muitos operadores entendem que o BC não quer o dólar abaixo de R$ 3,50 para não prejudicar as exportações e, assim, as contas externas do país em um momento de recessão econômica.