O dólar comercial fechou esta terça-feira (10) em queda de 1,65%, cotado a R$ 3,467 na venda, com a proximidade da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, que pode resultar em seu afastamento temporário.
Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 0,63%. Na semana, o dólar acumula queda de 1,04%. No mês, a moeda acumula de alta de 0,77% e, no ano, desvalorização de 12,19%.
Os investidores continuam de olho no cenário político. Na véspera, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), confirmou que colocará em votação amanhã o pedido de abertura do processo de impeachment.
Se o vice Michel Temer assumir a Presidência, já sinalizou que Henrique Meirelles, ex-presidente do BC, deve ser seu ministro da Fazenda –o que tem agradado os mercados.
"O viés hoje é totalmente político e lá fora está tranquilo, o que também ajuda", disse o operador da B&T Corretora Marcos Trabbold à agência de notícias Reuters.
Na sessão anterior, o dólar chegou a subir quase 5% na máxima do dia após o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), suspender a votação do impeachment na Casa. A alta perdeu força, no entanto, conforme o processo foi mantido no Senado. À noite, o próprio deputado revogou sua decisão.
O Banco Central não fez leilões de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares. O BC atuou no mercado de câmbio no início da semana passada, mas parou desde quarta-feira (4).
Para muitos operadores, o BC não gosta do dólar abaixo de R$ 3,50 porque atrapalha as exportações e, assim, as contas externas do país.