O dólar atingiu o menor nível desde março de 2001 durante os negócios desta quarta-feira, a R$ 2,129, mas terminou o dia na mesma cotação de fechamento da véspera, a R$ 2,138.
Na roda de dólar pronto da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o último negócio foi feito a R$ 2,137.
De acordo com Mário Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação, o leilão de compra de dólares do Banco Central realizado bem perto do fechamento impôs uma certa pressão e provocou um ajuste técnico no mercado.
Na operação, a autoridade monetária aceitou 16 propostas, com taxa de corte a R$ 2,135.
“Entrou o leilão e (o dólar) acabou corrigindo um pouco, mas o fluxo continua grande, continua entrando muito dinheiro para juro, para bolsa…”, explicou Battistel.
Pela manhã, o dólar atingiu o menor nível em quase cinco anos derrubado pela atuação de estrangeiros na ponta de venda do mercado.
Segundo Battistel, se entrar em vigor a medida que pode isentar o investidor estrangeiro da cobrança de Imposto de Renda sobre ganhos nominais com aplicações em renda fixa, o fluxo de ingressos vai aumentar e o dólar cairá mais.
O responsável por câmbio de uma corretora nacional, que não quis ser identificado, acredita que muitos bancos estão aumentando suas posições vendidas em dólar – apostas na queda da moeda – na expectativa de que a isenção do investidor externo seja aplicada em breve.
“Agora é aguardar o que o Banco Central vai fazer em contrapartida para não afetar o câmbio violentamente, se sair essa medida”, disse o profissional.
As atuações do Banco Central atualmente não têm sido suficientes para brecar a queda acentuada do dólar. Além do leilão de compra, o BC realizou mais um leilão de swap cambial reverso nesta quarta-feira.
A autoridade monetária vendeu a oferta máxima de 4.550 contratos, em uma operação equivalente a US$ 214,1 milhões. Esse leilão tem o efeito de uma compra futura de dólares.
O BC e o Tesouro Nacional informaram nesta manhã que o BC está ativo em câmbio, em R$ 5,56 bilhões.
O chefe de câmbio da corretora acredita que o BC irá continuar com o ritmo atual de atuações, aproveitando para reduzir a exposição cambial da dívida externa.