As turbulências do mercado financeiro empurraram a taxa de câmbio para seu maior preço desde setembro do ano passado. O dólar comercial foi negociado a R$ 1,830 para venda, com acréscimo de 2,52%, nas últimas operações desta segunda-feira.
Às 16h11, o Ibovespa, principal índice de ações, perde 6,47%, aos 53.787 pontos. O volume financeiro é de R$ 4,32 bilhões.
Para analistas, os investidores estrangeiros venderam papéis nos mercados de economias emergentes para cobrir perdas derivadas, de forma direta ou indireta, da crise dos créditos “subprime” (hipotecas de alto risco). O balanço mais recente da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) aponta que as vendas de ações por estrangeiros superou as compras em R$ 3,36 bilhões (até o dia 16) neste ano.
A crise dos créditos “subprime” ganhou nova dimensão a partir do rebaixamento de importantes seguradoras do sistema bancário: a ACA, e com a ameaça de “downgrade” da Ambac Financial e da MBIA Insurance, de maior peso no mercado.
Essas seguradoras garantem o pagamento de títulos financeiros negociados no mercado global. O rebaixamento do “rating” (risco de crédito) provoca uma desvalorização generalizados dos papéis garantidos por essas seguradoras, o que pode explicar, na visão de especialistas de mercado, a derrocada global das Bolsas nesta jornada.
Apesar da disparada do câmbio, o Banco Central manteve sua rotina diária de leilões de câmbio e entrou no mercado às 15h08, aceitando ofertas de dólar a R$ 1,8305 (taxa de corte).
O mercado futuro de juros, que baliza as tesourarias dos bancos, ajustou para cima as taxas projetadas para 2008, 2009 e 2010.
Entre os contratos mais negociados, a taxa projetada para abril de 2008 subiu de 11,17% ao ano para 11,19%; no contrato de janeiro de 2009, a taxa projetada passou de 11,92% para 12,04%; no contrato de janeiro de 2010, a taxa projetada avançou de 12,79% para 12,75%.