O dólar terminou a quarta-feira em baixa, refletindo a manutenção do juro nos Estados Unidos e dados positivos sobre as vendas no varejo norte-americano.
Mas a expectativa para um leilão de swap cambial reverso na quinta-feira conteve um declínio mais acentuado da moeda. O dólar fechou a 2,147 reais, em baixa de 0,23 por cento.
“Saíram alguns números da economia americana que foram bons, ajudaram o dólar a cair, mas o que fez a diferença foi esse leilão de swap amanhã”, afirmou José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.
O Banco Central fará no fim da tarde pesquisa de demanda para um provável leilão de swap cambial reverso na quinta-feira. A intenção é iniciar a rolagem do vencimento de cerca de 1,7 bilhão de dólares em swap no dia 2 de janeiro de 2007.
“O mercado resolveu puxar um pouco (para cima) já esperando que ele (o leilão) vai tirar um pouco de liquidez amanhã”, explicou Carreira.
O BC fez leilão de compra de dólares nesta sessão e aceitou três propostas, com corte a 2,1445 reais.
Pela manhã, o dólar chegou a cair 0,37 por cento, com o mercado doméstico animado com a perspectiva de manutenção do juro nos Estados Unidos por algum tempo.
No comunicado publicado na véspera junto com a decisão de manter o juro em 5,25 por cento, o Federal Reserve indicou que os riscos inflacionários continuam.
Para Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora, o comunicado “de uma certa maneira confirma a tendência de manter os juros como estão no primeiro semestre no ano que vem e no segundo semestre voltar a cair”.
Dados desta manhã reforçaram a tese de que a economia norte-americana terá um “pouso suave” no próximo ano. As vendas no varejo dos EUA em novembro subiram acima das expectativas, em 1,0 por cento.
De acordo com David Straus, da Johnston Lemon, em Washington, “os investidores do mercado acionário se perguntam: espere um pouco, talvez a gente não veja um corte no juro até o fim da primavera ou o verão (no Hemisfério Norte)”.
Sem possibilidade de aumentos de juro nos Estados Unidos, os investidores estrangeiros continuam buscando ativos de países emergentes, que oferecem maior rendimento.