A possível saída do ministro da Fazenda Antonio Palocci do cargo fez com que o dólar disparasse a R$2,20 no início do dia, com os investidores cautelosos também diante da reunião do Federal Reserve que decidirá os juros norte-americanos. A moeda norte-americana, no entanto, fechou com alta mais fraca, de 0,84%, a R$ 2,172.
A ausência de um leilão de compra de dólares pelo Banco Central contribuiu para amenizar a pressão no câmbio. Na máxima do dia, o dólar subiu 2,14%, para R$ 2,20 – maior cotação desde 8 de fevereiro.
A possibilidade de o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deixar o cargo colocou os investidores em postura de cautela, disseram analistas, ajustando suas posições em dólar.
“O que está tendo é um movimento de acomodação de preços, onde as pessoas estão diminuindo as posições (vendidas em dólar)”, comentou Alexandre Vasarhelyi, responsável por câmbio do banco ING.
O diretor de câmbio de um banco nacional, que não quis ser identificado, destacou que, mesmo com o dólar subindo, os exportadores evitaram a venda da moeda norte-americana.
Já no front externo, o mercado aguarda a decisão do Federal Reserve a respeito da taxa de juro norte-americana e uma sinalização sobre se haverá mais elevações no juro.
De acordo com Paulo Fujisaki, analista de mercado da corretora Socopa, o mercado espera um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juro dos EUA nesta terça-feira.
“Como a nossa tendência é (o juro) continuar caindo 0,75 ponto, se o juro americano subir mais duas ou três vezes, o espaço para arbitragem com o nosso juro começa a diminuir”, explicou Fujisaki.
Nesta tarde, o rendimento pago pelos Treasuries de 10 anos subia para cerca de 4,705 por cento, enquanto o dólar avançava em relação ao euro.
No front político, o analista destacou que o mercado já espera a saída do ministro Palocci, e a especulação gira em torno de quem o substituiria no comando da Fazenda.
“Passado o furacão, a taxa deve se realinhar outra vez, mas está criado um clima de expectativa de que pode mudar algo com essa mudança (de ministro)”, disse Fujisaki.
“Se for o (senado Aloízio) Mercadante por exemplo, como estão falando, ele é de uma linha contrária ao Palocci… cria uma certa precaução. Mas o mercado acredita que, seja quem for, a politica monetária deve ser a mesma”, completou o analista.