O dólar comercial apresentou nesta terça-feira a mesma trajetória de perdas vista na sessão anterior. Contudo, a desvalorização gradual da divisa norte-americana nesta sessão fez com que ela encerrasse o dia com queda de 1,98% e cotada a R$ 2,035, o menor patamar desde o dia 2 de outubro do ano passado – quando fechou valendo R$ 2,021.
O bom humor do mercado visto na sessão anterior foi mantido nesta terça-feira, favorecendo para a tendência negativa do dólar. Indicadores econômicos ruins nos EUA e uma nova intervenção do Banco Central brasileiro no mercado cambial se contrapuseram à predominante trajetória de baixa.
O Banco Central brasileiro realizou pela oitava vez consecutiva a compra de dólares em leilão no mercado à vista. A taxa aceita na operação foi de R$ 2,057, ocorrendo entre às 12h18 e às 12h28 (horário de Brasília). O dinheiro adquirido no leilão será destinado às reservas internacionais, atualmente em torno de US$ 203 bilhões.
O noticiário acerca do setor financeiro norte-americano contribuiu para a euforia dos investidores. Crescem as apostas de que as instituições financeiras se preparam para devolver os aportes ao governo. Destaque para os bancos JPMorgan, Goldman Sachs e Morgan Stanley, que pretendem quitar o quanto antes seus empréstimos, que giram em torno de US$ 45 bilhões, de acordo com informações de agências internacionais.
Contudo, os dois indicadores referentes ao setor imobiliário divulgados nos EUA vieram aquém do esperado no mês de abril. O Housing Starts apontou um número de casas em construção menor do que o projetado no anualizado do mês, enquanto o Building Permits reportou um total de permissões para construção civil bem abaixo das expectativas do mercado.
No cenário corporativo da sessão, destaque para a fusão entre a Sadia e a Perdigão, que juntas criarão a indústria de alimentos BRF (Brasil Foods), que tem como principal objetivo elevar a competitividade global. O capital da empresa será dividido em 68% para a Perdigão e 32% para a Sadia. A BRF planeja oferta de R$ 4 bilhões em ações.
No âmbito externo, o setor automobilístico volta a ser notícia. À beira da concordata, a General Motors possui quatorze dias para concretizar seu plano de reestruturação, de acordo com o prazo dado pelo governo norte-americano. Ainda no setor, as alemãs Volkswagen e Porsche reafirmaram sua meta de fusão e afirmaram que vão trabalhar para que isso ocorra.
O dólar comercial opera cotado a R$ 2,0330 na compra e R$ 2,0350 na venda, forte baixa de 1,98% em relação ao fechamento anterior. No mercado paralelo, a moeda norte-americana opera negociada a R$ 2,3000, representando um ágio de 13,13% em relação ao dólar comercial.
Com esta queda, o dólar acumula desvalorização de 6,78% em maio, frente à baixa de 5,58% registrada no mês passado. No ano a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 12,92%.
Dólar futuro na BM&F também opera em queda
Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em junho opera cotado a R$ 2.040, forte em relação ao fechamento de R$ 2.078 da última segunda-feira. O contrato com vencimento em julho, por sua vez, opera em baixa, atingindo R$ 2.056 frente à R$ 2.088 do fechamento de ontem.
O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 2,0354000
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 0,95% para julho de 2009, 0,18 ponto percentual abaixo do fechamento anterior.