O dólar comercial fechou esta quarta-feira (29) em queda de 2,09%, cotado a R$ 3,237 na venda. É a segunda baixa seguida da moeda norte-americana, que já havia caído 2,61% na véspera.
Esse é o menor valor de fechamento do dólar desde 22 de julho de 2015, quando a moeda terminou o dia valendo R$ 3,226.
Com isso, o dólar acumula desvalorização de 10,39% no mês e de 18,01% no ano.
Como na véspera, investidores pelo mundo estavam mais otimistas com o cenário externo devido à perspectiva de que bancos centrais pelo mundo podem reagir a eventuais turbulências financeiras com mais estímulos.
Segundo analistas, isso aumentava a disposição dos investidores a buscarem aplicações de maior risco em países emergentes, como o Brasil. Além do real, o dólar também se desvalorizava em relação ao peso mexicano, por exemplo.
No Brasil, a percepção de que o Banco Central está menos propenso a intervir no mercado ajudou o dólar a cair.
Sob o comando de Alexandre Tombini, o BC atuava no mercado de câmbio com leilões de swap reverso (equivalente à compra futura de dólares) toda vez que a moeda norte-americana se aproximava de R$ 3,50, em uma tentativa de proteger as exportações do país.
No entanto, desde 18 de maio, um dia após Ilan Goldfajn ser indicado como substituto de Tombini, o BC não faz esse tipo de leilão.
"Parece que o BC não quer gerar ruídos no mercado e isso ajuda a queda do dólar. Por sua vez, um dólar mais fraco facilita a ancoragem das expectativas de inflação", disse à agência de notícias Reuters o operador de um importante banco nacional.
Na véspera, Goldfajn repetiu que a entidade pode atuar no mercado se for necessário e que poderá usar todas as ferramentas com parcimônia no câmbio.