O dólar encerrou em leve baixa na quarta-feira, com o movimento no mercado de moedas e o declínio do risco-país compensando um volume maior de remessas no dia.
A divisa norte-americana fechou em queda de 0,27 por cento, vendida a 2,187 reais, depois de ter recuado 1,22 por cento na véspera.
“Acho que o mercado continua bem positivo, quem tinha que reverter posição já reverteu (na semana passada)… o pessoal está olhando muito para o cenário lá fora”, resumiu Júlio César Vogeler, operador de câmbio da Corretora Didier Levy.
Na visão dele, o cenário político incomoda menos do que na semana passada, quando muitos investidores estrangeiros diminuíram suas posições vendedoras de dólar.
Lá fora, o risco-país recuava 6 pontos nesta tarde, a 238 pontos-básicos sobre os Treasuries.
O dólar, por sua vez, perdia terreno para o euro depois de o dado sobre vendas de moradias nos Estados Unidos em julho ter sido revisado fortemente para baixo, renovando especulações de que o Federal Reserve poderá cortar o juro em breve.
Vogeler afirmou ainda que a decisão do Banco Central de não rolar integralmente o vencimento de 1,578 bilhão de dólares em swap reverso no dia 2 de outubro também ajudou a amenizar a pressão no câmbio.
Segundo o operador, o mercado está antecipando a disputa para formação da última Ptax (taxa média do dólar) do mês na sexta-feira. Além de ser o último pregão antes das eleição, a Ptax servirá de base para o vencimento dos swaps e dos contratos de dólar futuro na Bolsa de Mercadorias & Futuros.
A queda do dólar nos dois últimos dias atraiu importadores e tesourarias para a ponta de compra nesta sessão, informou um diretor de câmbio de um banco nacional, que não quis ser identificado.
Ainda assim, as remessas foram insuficientes para impulsionar a cotação.
“Depois da realização de ontem, hoje está mais tranqüilo e os importadores aproveitaram um pouco, porque de 2,20 (reais) o dólar veio para 2,18 (reais)”, declarou o diretor.