Apesar da Secretaria Estadual de Meio Ambiente revogar a portaria que proibia as indústrias madeireiras de extraírem das florestas as espécies de cedro, itaúba, garapeira, jatobá, jequitibá e cerejeira, o setor continua preocupado. Isso porque a decisão afeta somente os manejos em andamento e, para os novos projetos, haverá proibição, uma vez que será seguida a diretriz federal. O vice-presidente da Federacão das Indústrias de Mato Grosso e diretor do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte (Sindusmad), José Eduardo Pinto, afirmou, ao Só Notícias que, caso a portaria não seja revogada pela ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, haverá desemprego no setor extrativista e estagnação no setor agrícola. “Hoje, o setor de base florestal responde por 18% da economia da região e estas espécies são as principais comercializadas. Então, haverá um impacto econômico negativo muito grande. Em contrapartida, o fazendeiro, que ficará impedido de derrubar estas árvores nos 20% de área permitida, vai ter problemas. Com o que ele vai trabalhar, neste caso? Só poderá trabalhar com pasto porque as árvores terão que ser mantidas e daí não tem como plantar. É uma moratória no desmatamento legal e o prejuízo para o Estado vai ser imenso”, analisou.
Hoje à tarde, em Brasília, representantes do setor e deputados mato-grossenses se reunirão com a ministra Izabela Teixeira, do Meio Ambiente, para tentar convencê-la a derrubar a portaria. Um engenheiro florestal, um pesquisador da Embrapa Florestas apresentarão dados “com provas e dados científicos de que estas espécies não correm riscos de extinção”, apontou José Eduardo.
A SEMA, que havia tomado a mesma decisão do ministério, voltou atrás, ontem. Conforme Só Notícias já informou, hoje publicou decisão que revogava a restrição para extração seletiva das espécies de madeira. O setor madeireiro expôs ao governo estadual que a medida traria muitos prejuízos para o setor, que é um dos mais importantes da economia mato-grossense.
O deputado federal Nilson Leitão (PSDB), que participa da reunião de hoje, afirmou que desconhece “o estudo técnico que o governo possa ter se baseado para extrair essas espécies e o setor não pode ser prejudicado dessa forma. Cobraremos dados técnicos e tentaremos reverter a decisão", disse, ao Só Notícias.