Mato Grosso tem desmatada cada vez menos, segundo os relatórios mensais do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento) do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). No mês de abril, o índice de desmatamento do Estado caiu 89% em comparação a abril do ano ano passado. A valorização do real em relação ao dólar tem influência direta, segundo alguns pesquisadores.
No acumulado de agosto de 2006 a abril de 2007, a perda total da floresta foi de 2.268 quilômetros quadrados –uma queda de 37% em relação ao mesmo período do biênio 2005/2006. “De agosto para cá existe um padrão bem definido de desaceleração do ritmo de desmatamento”, disse à Folha de São Paulo, Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon. “O mês de janeiro deste ano nem aparece no gráfico, de tão baixo que foi.”
Segundo Veríssimo, o câmbio desfavorável às exportações é provavelmente o responsável pela retração do agronegócio. Isso é mais agudo no centro-norte mato-grossense, principal fronteira da soja e outros grãos e da pecuária –embora não seja possível descartar o efeito de ações do governo contra o desmatamento. Os agricultores estão decidindo não investir muito. “Nada indica um aquecimento do desmatamento em Mato Grosso no período crítico de maio, junho e julho”, disse ele.
Em abril, nao foi registrada nenhuma derrubada em áreas de assentamentos para reforma agrária nem em unidades de conservação. O noroeste do Estado, região de florestas densas e sob alta pressão, onde imperam a grilagem de terras, a extração ilegal de madeira e os pequenos desmates para pecuária, não teve novas áreas “abertas” naquele mês.