Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para Mato Grosso praticamente dobraram no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2007. De janeiro a junho de 2008, foram emprestados R$ 1,051 bilhão aos setores agropecuário, industrial, e de comércio e serviços, contra R$ 530,9 milhões em igual intervalo do ano passado, o que equivale a uma alta de 97,9% de um ano para outro. O incremento verificado é motivado pela recuperação do setor primário estadual a partir do ano passado, que acarretou na estabilidade dos demais setores econômicos gerando uma perspectiva de que no balanço do ano fechará em azul.
Para o setor agropecuário, os financiamentos via BNDES abocanharam 35,2% do valor total, somando R$ 371,2 milhões no primeiro semestre deste ano, ante os R$ 246,1 milhões verificados no mesmo período de 2007, um salto e 50,8% na variação anual. O montante é destinado principalmente para aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas para otimizar a produção no campo. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, explica que as liberações feitas pelo banco são em sua grande maioria para a compra de maquinário e implementos e que com o aumento no preço das commodities agrícolas, mesmo sem ter tanto capital para investir, o produtor sentiu a necessidade de renovação das máquinas.
“A elevação no preço dos produtos agrícolas não é nenhuma alento ao produtor, que ainda continua endividado, mas que mesmo assim faz novos financiamentos para melhorar a produção. Ele precisava renovar”, diz ao revelar que os custos de produção aumentaram e que por isso, a relação de troca soja x máquinas, no final das contas, não está tão atraente com os preços atuais. Prado prevê ainda que até o final do ano estes números crescerão ainda mais com a prorrogação das dívidas agrícolas.
Ainda conforme o balanço semestral do BNDES, os desembolsos para a indústria de transformação aumentaram 610,5% este ano, o maior percentual de variação entre todos os segmentos analisados, passando de R$ 32,2 milhões 2007 para R$ 228,8 milhões este ano. O destaque foi para a indústria de alimentos que cresceu 738,2% saltando de R$ 24,3 milhões em 2007 para R$ 203,7 milhões este ano. A indústria de bebidas passou de R$ 700 mil para R$ 11,6 milhões, elevação de 1.557%.Já a indústria extrativa teve redução de 50%, baixando de R$ 200 mil no ano passado para R$ 100 mil este ano.