O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sorriso, José Carlos Ruzin, disse que a convenção coletiva para definição do piso salarial dos trabalhadores rurais e benefícios dificilmente ainda poderá ser feita este ano. “São muitas questões que estão sendo analisadas pelos dois sindicatos (trabalhadores e patronal) . Foram formadas duas comissões e estamos analisando todos os detalhes”, explicou. A convenção coletiva deve trazer benefícios tanto para os trabalhadores rurais quanto para os produtores. “A classe empresarial com certeza terá menos problemas com justiça trabalhista e os trabalhadores, terão uma regulamentação, podendo contar com carteira assinada e um piso salarial que será definido”, disse o sindicalista.
A meta, segundo Ruzin, é realizar a convenção no mês de janeiro ou fevereiro.
Segundo ele, na próxima segunda-feira, no Sindicato Rural, será feita mais uma reunião para que as comissões possam trabalhar os pontos que serão levados à convenção coletiva. Atualmente, Sorriso conta com cerca de 3 mil trabalhadores rurais. “Foi um ano muito ruim, calculamos que pelo menos mil trabalhadores foram demitidos nos últimos meses”, afirma Ruzin. O índice de demissões no campo, no município que é campeão brasileiro em produção de soja, passa dos 30%. Não há dados das demissões no comércio.
A queda no preço do dólar, a diminuição no preço da soja, dívidas contraídas por produtores quanto o dólar estava na casa dos R$ 3 para plantar a safra anterior e hoje acabam vendendo os produtos no câmbio de R$ 2,20 aproximadamente, causaram uma forte crise na agricultura mato-grossense. Prefeituras como a de Sorriso, por exemplo, tiveram forte queda na arrecadação de impostos, foram obrigadas a reduzir gastos, conter investimentos em obras e adotar outras medidas. O comércio e prestadores de serviços também acabaram sentindo na pele os efeitos da crise que o setor agrícola enfrenta.