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Custo médio da energia na indústria sobe para R$ 313,16 o megawatt-hora‏

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Os cinco novos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elevaram o custo médio da energia elétrica para a indústria brasileira de R$ 310,67 por megawatt-hora (MWh), observados no mês passado, para R$ 313,16 o MWh, de acordo com dados divulgados hoje (1º) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

O aumento de 0,8% manteve o país na 11ª posição no ranking internacional integrado por 28 países e liderado pela Índia, onde o custo médio da energia alcança R$ 596,96 por MWh. Em sentido contrário, Paraguai e Argentina apresentam os menores custos médios, de R$ 97,81 e R$ 57,63, respectivamente.

No ranking por estados, o mais alto custo médio industrial é apresentado pelo Mato Grosso (R$ 424,27 por MWh), enquanto o mais baixo (R$ 159,05) é no Amapá. A economista Tatiana Lauria, especialista em Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, disse à Agência Brasil que fatores diversos explicam o custo de energia nos estados, como o perfil das distribuidoras, a densidade do mercado, a quantidade de energia comprada e os impostos pagos, por exemplo.

De acordo com a Firjan, o Rio Grande do Sul passou da 17ª para a 13ª posição entre as unidades da Federação mais caras, com aumento de 8,48% no custo da energia, após os reajustes da RGE, Demei e Eletrocar. O Rio de Janeiro se manteve na 5ª classificação com aumento de 0,26%, depois do reajuste da ENF. O mesmo ocorreu com Minas Gerais, que permaneceu na 8ª colocação, após o reajuste de 0,15% da EMG.

Tatiana Lauria destacou, porém, que a energia é cara para o setor industrial em todo o Brasil. “Tem que melhorar a competitividade desse custo para a indústria, porque energia é um insumo fundamental, principalmente para o setor eletro-intensivo”.

Segundo ela, quando uma indústria desse tipo vai competir no mundo globalizado, acaba perdendo para as concorrentes estrangeiras. “Daí a importância de a gente ter uma política direcionada para energia elétrica, visando a redução desse custo”. Isso é feito a partir de escolhas, indicou. A opção pela construção de usinas a fio d'água, que exigem o complemento das térmicas, mais caras, é uma questão de planejamento que precisa ser revista, disse Tatiana.

Ela salientou ainda que o país vive atraso crônico em termos de licenciamento ambiental, que acarreta custos, além de impostos altos – com destaque para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – que têm peso considerável no custo médio da energia. “A gente tem alvos que podem ser atacados e que vão fazer com que esse custo seja diminuído para aumentar a competitividade industrial”, disse.

Embora o país passe por um período conjuntural, de estiagem longa, Tatiana Lauria chamou a atenção que por trás disso há fatores estruturais resultantes das escolhas que estão sendo feitas: “É para isso que a gente tem que ficar atento, se quer melhorar para o futuro”.

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