O custo da construção civil reduziu 4,95% em Mato Grosso desde o início do ano. Em janeiro, o metro quadrado (m2) construído ficou orçado em R$ 883,30, sendo R$ 43,78 acima dos R$ 839,52 registrados no mês passado. De acordo o Sistema de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), divulgado nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); um leve recuo (-0,08%) também foi registrado no intervalo
de 1 mês no custo do m2 no Estado, considerando que em julho ele fechou em R$ 840,27. Participando com 59,18% do desembolso em agosto, o custo dos materiais da obra foi de
R$ 496,83, definindo uma queda na comparação com julho (-0,15%), quando o custo do m2 foi de R$ 497,58.
O gerente de Pesquisas do Sinapi do IBGE em Brasília, Augusto Oliveira, ressalta que a redução não quer dizer
que os materiais tiveram queda de preço. Oliveira explica que os números do Sinapi revelam que a participação
dos materiais não foi tão grande no custo final. Isso ocorre porque o órgão de pesquisa seleciona a composição
(materiais) de menor custo para fazer a comparação com o mês anterior.
Isto é, apesar dos insumos de uma construção serem fixos, existem alternativas de componentes, como a opção entre o bloco de cimento ou o tijolo, entre a telha de amianto ou de barro. “Dentre as alternativas para a construção de determinados projetos, você seleciona o que teve
menor custo, o que é mais barato naquele momento, e
usa-o para comparar com os outros meses”.
De acordo com Oliveira, a pesquisa se atrela aos contratos firmados para a atualização dos valores de
obras públicas. “O Sinapi trabalha fornecendo preços para a CEF (Caixa Econômica Federal) e as informações são usadas pelos organismos e instituições públicas. Todos os
orçamentista de órgão público tem que se basear nos preços no Sinapi”.
Para se ter uma ideia, todos os incorporadores que desejam aprovar projetos do programa habitacional do governo federal Minha Casa, Minha Vida são obrigados a utilizar a tabela de custos do Sinapi. O problema é que o preço está “intimamente” ligado a qualidade do produto,
que pode diminuir, já que o valor do metro quadrado é eleito pelo menor custo.
A avaliação é do diretor financeiro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Mato Grosso (Crea-MT), o engenheiro civil André Luiz Schuring, frisando que essa base de dados é usada para o pagamento dos financiamentos federais. Já o índice de inflação CUB (Custo Unitário Básico da Construção Civil) é um parâmetro do mercado para o setor. “Mas hoje em dia as grandes empresas têm uma pesquisa interna dela, identificando os custos que ela tem na negociações de compra”.