O custo do metro quadrado da construção aumentou 12,1% em Mato Grosso em janeiro. No primeiro mês deste ano, o valor cobrado foi de R$ 652,14 contra R$ 581,32 no mesmo período do ano passado. O percentual do Estado foi superior ao do país, que obteve variação positiva de 11,6%, passando de R$ 608,38 em 2008 para R$ 679,41 em 2009. No custo estão incluídas despesas com material de construção e mão-de-obra.
Os números são do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índice da Construção Civil (INCC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o valor do custo de dezembro, a variação foi inferior a 1%. No Estado, a alta foi de 0,38%, ante os R$ 649,62 do último mês de 2008. No país, a elevação foi na mesma proporção (0,38%), para um custo de R$ 676,78 em dezembro de 2008.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Luiz Carlos Richter Fernandes, afirma que ao longo de todo o ano passado os custos da construção foram majorados por conta do aquecimento do setor. Ele considera que em decorrência disso, alguns produtos chegaram a faltar no comércio varejista, a exemplo do que aconteceu com o cimento. “Agora está tudo normalizado. A oferta de cimento está atendendo a demanda e as obras estão sendo realizadas”.
Já sobre aumento registrado no custo do metro quadrado, o presidente diz que ele está associado à mão-de-obra. Segundo ele, no ano passado chegou a faltar profissionais que atuam na construção civil, como mestre de obras, jardineiros e eletricistas. Por conta disso, ele acredita que o valor do trabalho cobrado por estes trabalhadores foi valorizado o que tende a ficar ainda mais complicado com o aumento do salário mínimo.
O presidente afirma que as empresas não estavam totalmente preparadas para o incremento superior a 10% na remuneração e que isso pode até causar dispensa em algumas obras até que as construtoras se reequilibrem. “O aumento acima do índice da inflação não é visto negativamente pelo setor, mas veio em uma hora ruim para as empresas”, diz ao informar que ainda não é possível prever quantos trabalhadores serão dispensados e por quanto tempo.
Na opinião de Fernandes, o cenário só não é mais negativo porque o governo federal está bastante empenhado nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que este ano vai intensificar a execução dos projetos. “E com a Escola Senai da Construção, a perspectiva é que novos trabalhadores sejam capacitados para o mercado”.