O crescimento no número de Microempreendedores Individuais (MEIs) no início deste ano foi decisivo para elevar os índices de abertura de empresas em todo o país. Em Mato Grosso, o primeiro bimestre de 2016 encerrou com 107,515 mil microempreendedores ativos, segundo dados estatísticos do Portal do Empreendedor. Esse número, comparado com o mesmo período do ano passado quando havia 90,847 mil MEIs ativos no Estado, confirma aumento anual de 18,34%.
Segundo os economistas da Serasa Experian, essa expansão pode ser creditada ao aumento do empreendedorismo por necessidade, como alternativa ao aumento do nível de desemprego. Analista da Unidade de Empreendedorismo do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Mato Grosso, Roberto de Oliveira confirma que empreender por necessidade voltou a ser o motivo principal para a abertura de novas empresas pelos MEIs. “Há tempos atrás, era comum começar um negócio por necessidade, mas a mortalidade dessas empresas recém-criadas era muito alta. Então, passou-se a empreender por oportunidade. Mas, com a crise econô- mica, muita gente voltou a montar um negócio próprio como alternativa para gerar renda”
Desde o início deste ano, o Sebrae já atendeu em Cuiabá cerca de 500 pessoas nas oficinas semanais sobre empreendedorismo. Na última delas, realizada nesta semana, 25% dos 35 participantes estavam desempregados. “Temos fechado as inscrições para as oficinas com bastante antecedência, porque a procura aumentou. De janeiro para cá, o fluxo foi muito grande”.
E foi em busca de melhores condições de trabalho e de renda que o mecânico Mateus Bezerra de Campos decidiu apostar na própria empresa. “Mas, eu também enxerguei uma oportunidade no mercado”. Como muitas pessoas que possuem veículos não tinham a disponibilidade de deixar o carro para passar por uma manutenção, ele passou a oferecer esse serviço de forma “delivery”, ou seja, indo aos locais onde os veículos dos clientes estivessem. “Atendo pessoas que estão no trabalho, mas precisam resolver um problema do carro e não tem como levá-lo ou deixá-lo na oficina, por exemplo”. Campos diz que os atendimentos tem garantido rendimento equivalente ao que obtinha como assalariado, mas a expectativa é expandir a clientela com a consolidação do negócio.