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Crédito continuará em alta em 2011, porém em ritmo menor

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A demanda e a oferta de crédito no País neste ano chegou perto do limite. Tanto que medidas recentes do Banco Central foram adotadas para controlar uma expansão desenfreada. Contudo, o crédito continuará em alta em 2011. E os consumidores continuarão a buscar linhas para financiar o consumo. Mas em ritmo bem menor ao verificado neste ano.

Após um 2009 de oferta contida, 2010 se mostrou o ano do crédito. Diante de um cenário de economia estável, taxas de empregabilidade elevadas e, por consequência, com o aumento real da renda da população, instituições financeiras não perderam a oportunidade e ofereceram crédito a juros baixos e prazos longos.

No próximo ano, os números de oferta e demanda não se repetirão, mas continuarão altos, acredita o conselheiro da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), José Ronoel Piccin. "O crescimento vai ser proporcional à economia. Vai ter uma demanda e oferta grande", acredita. "Mas se exacerbar, a coisa muda", diz, referindo-se ao que ocorreu neste ano quando o crédito cresceu fortemente.

Fatores para o "boom"
Este ano foi um ano favorável para a expansão do crédito. Com a retomada do crescimento econômico do País, o aumento do poder de compra da população estimulou o crescimento de um segmento que foi um dos fatores para a alta da oferta e demanda do crédito: a classe C. "Esse movimento de classes fez o PIB chegar a 7,5% neste ano, e contribuiu muito para o crescimento do crédito. Quando os bancos verificaram a entrada desse contingente, eles arrumaram uma maneira de oferecer crédito para eles", afirma Piccin.

Mais pessoas com renda para contratar empréstimos e a concorrência cada vez mais acirrada entre as instituições financeiras se tornaram favoráveis para o crédito. Soma-se a isso as quedas da taxa básica de juro (Selic) ao longo dos meses e o alongamento dos prazos de financiamentos. "A situação econômica estava mais estável. E as classes que não tinham poder de compra agora têm e puderam comprar mais", completa a professora de Finanças do Insper, Ângela Menezes.

Para Piccin, o principal fator que contribuiu para o crescimento do crédito foi o crescimento da própria economia. "O crédito, neste ano, teve um crescimento proporcional ao aumento da economia, frente a 2009, que foi um ano pobre, com tendências a exacerbar", diz.

Um ano de bolha?
Para Ângela, 2010 chegou perto de ser um ano de "bolha" do crédito. "Se não houvesse uma ameaça de bolha o BC não teria adotado medidas drásticas", afirma, referindo-se ao aumento do compulsório e do fator de risco para empréstimos a pessoas físicas com prazo igual ou superior a 24 meses. "Estava havendo um problema e uma ameaça grave de inflação alta e comprometimento das carteiras de crédito dos bancos", explica.

Sem as medidas, Piccin acredita que 2011 seria um ano de "boom" do crédito, o que, na sua avaliação, não ocorreu em 2010. "Esse ano tivemos um "boom" com crescimento do PIB. Se por acaso não houvesse esse aumento dos compulsórios teríamos um outro "boom" em 2011", afirma. "Essa expansão do crédito precisava ser contida", completa.

Mesmo com medidas que, a princípio, restringem o crescimento do crédito, o conselheiro da Anefac acredita em um ritmo forte de demanda e oferta em 2011. Para a professora de Finanças, porém, esse aumento é improvável. "A expectativa é que a oferta diminua um pouco. Nos quatro primeiros meses, vamos ver um aumento de juros, queda nos prazos e na demanda por crédito como um todo", acredita.

Essa queda, ainda que pequena, é necessária à economia, afirma a professora, pois uma expansão tão forte do crédito estimula o consumo, fazendo a indústria trabalhar no limite e, por consequência, influencia no endividamento da população. "A indústria vai conseguir respirar e trabalhar os estoques de maneira regular com as restrições. E elas, de alguma forma, protegem os consumidores", considera a professora.

"Quando se aumenta o crédito, o consumidor começa a gastar mais, cai na dívida e compromete a renda. Ele fica encantado com o parcelamento. Se você aumenta um pouco a taxa de juros, o consumidor começa a pensar antes de comprar. É uma forma de fazer ele pensar", afirma Ângela, para quem 2011 será um ano de crédito mais consciente. "O crédito é bom, mas não pode deixar sair fora do controle".

 

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