O Instituto Nacional de Defesa Agropecuária (Indea) de Nova Mutum está fazendo um intenso trabalho de vacinação contra raiva em animais do município, o que tem controlado o foco da doença, encontrado recentemente em uma propriedade rural, na comunidade São Manuel, a cerca de 70km da cidade.
Na propriedade, um bezerro e uma vaca morreram com os sintomas da raiva. Ainda um suíno apresentava os mesmos sintomas. Mas segundo o supervisor da unidade do Indea de Nova Mutum, Antonio Ribeiro da Fonseca, a doença só foi comprovada laboratorialmente no bezerro.
“O suíno não estava com raiva e ainda suspeitamos que a vaca estava, por causa dos sintomas e porque ela era a mãe do bezerro. Mas nada que seja confirmado com exames laboratoriais”, explicou, ao Só Notícias.
Cerca de 200 animais bovinos foram vacinados contra raiva em propriedades que ficam em Nova Mutum e Lucas do Rio Verde. Ainda, as secretarias de saúde estão fazendo o controle da doença em gatos e cachorros da cidade. Apesar da confirmação da doença, Antonio cita que a situação não é alarmante porque “a transmissão não é muito fácil de acontecer. Estamos vacinando todos os animais num raio de 12km. Além do mais, a região é de maior parte de propriedades agrícolas e existem poucos animais”, salientou.
Agora o Indea tem 90 dias para fechar o foco da raiva em Nova Mutum. “Mesmo que a doença já esteja controlada esse é o prazo considerado de segurança para afirmar com certeza que a raiva foi controlada”, acrescenta, Antonio.
A raiva está sendo transmitida por morcegos hematófagos que vivem na mata ciliar dos rios da região. Técnicos estão trabalhando para capturar o mamífero. “Temos que cumprir um calendário para capturar o morcego. Eles são animais de hábitos noturnos e têm outras características próprias, então para capturá-los temos que obedecê-las”, reforça.
A raiva que ataca bovinos, suínos e outros animais de áreas rurais é diferente da raiva que ataca gatos, cachorros ou animais urbanos em geral. Ela paralisa a musculatura do animal e ele fica o tempo todo deitado. Paralisa os músculos da face e ele tem dificuldade para deglutir. Sente dor e volta o olhar para o flanco (abdômen).
O proprietário deve evitar manusear o animal infectado e depois do óbito é preciso enterrá-lo em grande profundidade para que outros animais não mecham na carcaça. A partir das primeiras manifestações, a doença mata o animal em média em uma semana.