O consumo de energia em Mato Grosso cresceu 6,8% de janeiro a outubro de 2014, em relação a igual período de 2013. Na rede, que representa todo o sistema, a carga utilizada no Estado foi de 6,633 mil gigawatt-hora (GWh). De acordo com a Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica, divulgada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), nesta terça-feira (2), apenas 17% do consumo mato-grossense são no mercado livre, ou seja, a energia é comprada por meio de contratos com condições comerciais, como prazo e preços, livremente negociadas.
Diferentemente do mercado cativo, em que o único fornecedor é a distribuidora de energia elétrica que atende a região em que o consumidor está instalado e cujas condições do contrato são determinadas pela Aneel. No caso de Mato Grosso, a Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat), que distribuiu 5,503 mil GWh.
Considerando somente o mercado cativo, conforme a EPE, o consumo de energia aumentou 9,2% no Estado. A alta no percentual da rede caiu em função das perdas no mercado livre, que registrou baixa de 3,6% no consumo nos 8 primeiros meses de 2014, na comparação com os resultados obtidos em 2013. A classe residencial sustentou boa parte da curva de expansão do mercado cativo. O crescimento foi de 10,7% no consumo nos 2 quadrimestres de 2014, ante a igual período do ano anterior.
O calor contribuiu com o aumento no consumo energético em Mato Grosso, sobretudo em outubro. Na faixa territorial entre o Paraná e Mato Grosso, a temperatura registrada ficou entre 5º e 10º acima da máxima normal climatológica, de acordo com o relatório da EPE. Há tempos Dona Orácina Silvia está sentindo na pele a elevação da temperatura. “Todo mundo tá, né!”, diz a funcionária de serviços gerais, que reclama do preço da energia. “Não vi a conta desse último mês. Só vi minha filha brigando para economizar”. O gasto da família dela só não é maior porque não tem ar condicionado em casa.
Para o aumento do consumo, além da temperatura, outros fatores relevantes foram a expansão da base de consumidores e o aumento do nível de consumo, apontadas pela EPE e confirmados pela Cemat. Segundo o coordenador de Mercado Norte/Centro-Oeste do Grupo Energisa, Roger Kitamura, o histórico mostra que o comportamento de consumo da população foi maior em outubro.
Para se ter uma ideia, no 8º mês do ano, o consumo residencial médio em Mato Grosso foi de 253,9 KWh por unidade, 13,6% maior que o ano passado. “A gente faz projeções considerando os aumentos das classes e esse crescimento médio das demandas. A empresa se programa para saber onde os investimentos (linhas de distribuição, alimentadores, troca de distribuidores, subestações) precisam ser feitos, em quais regiões”, frisa Kitamura.