Mato Grosso consumiu 839,731 mil toneladas de cimento nos 10 primeiros meses de 2008. A quantidade corresponde a 99,8% de todo o volume demandado ao longo do ano anterior, que totalizou 840,901 mil toneladas. Entre janeiro e outubro de 2007, a quantidade do insumo da construção comercializada no Estado somou 704,842 mil toneladas, gerando um incremento de 19,1% de um ano para outro. Os dados são o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), e mostram que este ano, os picos de consumo ocorreram a partir de julho, chegando a 102,567 mil toneladas em outubro.
O vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Júlio Flávio Miranda, estima que o consumo de cimento deve ter fechado 2008 com incremento em torno de 35% em relação ao ano anterior. Ele diz que a partir do oitavo mês as construções foram intensificadas, isso porque começa o período de estiagem o que favorece a construção. “Em novembro, as obras também são aceleradas para que sejam concluídas antes do início do período chuvoso”.
Ele acrescenta ainda que para o setor da construção civil, o ano começa mesmo em abril, após o período de férias e carnaval, coincidindo também com o final do período de chuvas. Para o incremento no consumo de cimento, o vice-presidente explica que ele ocorreu porque o setor permaneceu aquecido durante o ano, com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançamentos de condomínios verticais e horizontais por empresas privadas e conjuntos habitacionais por parte do governo do Estado, sem contar as reformas.
Para 2009, o presidente acredita que as obras serão mantidas, com possibilidade de elevação em relação ao ano passado. “O mercado vem se mantendo aquecido e com as obras já programadas esperamos manter o ritmo de construções e colaborar para a geração de empregos”, diz ao observar que no ano passado, a falta de mão-de-obra qualificada prejudicou o segmento, mas que com os cursos realizados por entidades o cenário será mais favorável.
Com relação às vendas no varejo, o vice-presidente da Associação dos Comerciantes de Material de Construção de Mato Grosso (Acomac-MT), Antônio Vicente de Arruda, afirma que no Estado elas cresceram em média 18% em relação a 2007, isso graças ao aquecimento do setor. Ele conta que no último bimestre houve uma retração na comercialização em função das perspectivas negativas quanto à crise financeira mundial. “Ainda entre julho e setembro do ano passado as vendas estavam bem aceleradas, porém depois com a explosão da crise, caiu, mas neste início de ano já se recuperou”.
Para ele, a performance do varejo não deve sofrer alteração já que os financiamentos para a habitação foram mantidos pelo governo federal e as instituições bancárias continuam com linhas de crédito atrativas para os consumidores. O gerente de uma das lojas da Todimo, Mansueto Jesus Costa Marques, afirma que na rede o incremento foi de 10%. Praticamente todos os produtos tiveram bom desempenho, incluindo cimento, cerâmica, esquadrias, pisos, azulejos, entre outros. “E neste início do ano estamos fazendo a liquidação da coleção antiga para dar espaço aos novos produtos. As mercadorias estão com até 50% de desconto”, diz ao revelar que a expectativa para 2009 é positiva.