O setor da construção civil em Mato Grosso apresentou variação positiva de 467% em 2007, no saldo entre contratações e desligamentos de funcionários, em relação ao ano anterior. O dado é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho. O saldo favorável foi de 2.979 mil novos postos de trabalho, enquanto que, em 2006, esse valor ficou em 525. O número de pessoas contratadas em 2007 também foi positivo em relação ao ano anterior, com crescimento de 38,3%.
Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso, Luiz Carlos Richter Fernandes, os dados retratam a atual situação do setor em Mato Grosso, tanto em relação ao crescimento no número de obras, como na falta de profissionais qualificados. “Apesar de demonstrar o bom momento do setor, esses dados alertam para a falta de pessoas qualificadas, como carpinteiros e pedreiros habilitados a trabalhar com portas, por exemplo”, exemplifica.
O presidente chama a atenção para a mudança na demanda por profissionais na construção civil. Segundo ele, o funcionário tem que se preocupar em manter o local de trabalho limpo e higienizado. “A imagem conta muito.
Precisamos conscientizar os trabalhadores sobre a importância da capacitação, não apenas na melhoria da prestação do serviço, mas na própria qualidade de vida desses funcionários”.
Ele cita o exemplo da mudança ocorrida no ambiente de trabalho das oficinas mecânicas, que passaram a adotar a tonalidade branca nos uniformes e azulejos. “Atualmente não há mais mecânicos com sujeira de graxa. Os trabalhadores da Construção Civil também precisam ter essa noção de conservação do ambiente de trabalho”, avalia.
Dentre as medidas tomadas pelo Sinduscon para solucionar o problema, há o estreitamento das relação com o Sistema Fiemt, da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso, que envolve o Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL).
A preocupação do presidente do Sindusconm a qualidade do serviço prestado pelos profissionais deve-se à perspectiva de crescimento no número de obras este ano. Após a crise de 2005, quando as taxas de desemprego no setor subiram substancialmente, as indústrias da construção conseguiram reabilitar-se em 2007 e acumular crescimento estimado em 10%.
A expectativa é que este índice seja ainda maior este ano, diante da garantia do superintendente da Caixa Econômica Federal (CEF) em Mato Grosso, Moacyr do Espírito Santo, de incremento nas linhas de financiamento para habitação, saneamento básico e abastecimento de água – áreas que também deverão receber recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em encontro realizado na última semana, o superintendente da CEF anunciou R$ 16 bilhões em financiamento para habitações em 2008. Em 2007 esse montante foi de R$ 15 bilhões.