A abertura do 2º Comagep, Congressso Mato-Grossense de Gestão de Pessoas, ontem, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, surpreendeu tanto palestrantes quanto congressistas. Todos estão impressionados com o crescimento do evento que, este ano, está reunindo cerca de mil pessoas para discutir novas tendências na área de recursos humanos. O escritor Rubem Alves, uma das presenças mais aguardadas do evento, disse que levou um susto antes mesmo de chegar em Cuiabá, ao ver a quantidade de pessoas que estavam vindo para o congresso. “Comecei a ter noção do tamanho do evento no aeroporto de Brasília. Não tinha idéia de que teria essa magnitude”, alegra-se o escritor.
“Fazer é uma questão de atitude e essa é a melhor prova. A ABRH de Mato Grosso ousou nessa proposta e o resultado é um evento que melhora a cada ano”, afirmou Ralph Chelotti, presidente da ABRH Nacional. Para ele, o Comagep é uma mostra de que Mato Grosso não é “pequeno” para um evento deste porte e que tem potencial para se destacar ainda mais no cenário dos recursos humanos nacionais.
Um dos trunfos do evento é a seleção dos temas, que buscam uma discussão profunda sobre a gestão holística de pessoas e a promoção do desenvolvimento sustentável e da responsabilidade social dentro do meio empresarial. “Acredito que é preciso criar políticas consistentes dentro das empresas e não seguir modismos gerenciais. Trabalhar com valores e ética é algo possível em qualquer tipo de empreendimento”, afirma Marluce Dezorzi, Presidente da ABRH-MT e organizadora do evento.
E foi justamente a discussão sobre a ética que permeou o primeiro dia do evento. Nelson Savioli, superintendente executivo da Fundação Roberto Marinho, falou sobre a importância de se trabalhar numa empresa que tenha valores nos quais se acredita. “Mesmo entre empresas é preciso fazer escolhas. Ao selecionar seus parceiros, é necessário avaliar se estamos lidando com alguém que trabalha dentro de padrões éticos. Essa é uma maneira de colaborar para mudar o perfil dos negócios”, disse o palestrante.
Já Rubem Alves fez uma palestra que reforçou a importância da criatividade e da liberdade de expressão para fortalecer pessoas e empresas. Ele acredita que o primeiro passo é mudar o tipo de pensamento existente nas organizações. “A coisa mais importante para que as mudanças ocorram é sonhar sonhos diferentes. O perigo de todas as instituições e empresas é que elas tendem a criar um mundo que prende os funcionários a um tipo de pensamento. É preciso mudar isso, mesmo que lá na frente se descubra que o novo não era o mais apropriado”, reflete Rubem.