Nos municípios do interior do Estado as encomendas para o fim de ano ainda não começaram. Em média os comerciantes iniciam as compras a partir de outubro. Essas cidades, que normalmente fazem os pedidos mais tardiamente que na capital, sofrem ainda com maior retração de cerca de 15% no mercado em função da crise no agronegócio e paralisação das atividades do segmento madeireiro. Conforme reportagem do jornal A Gazeta, algumas estão recorrendo as liquidações para acumular capital para fazer a aquisição das mercadorias para o Natal e Ano Novo.
É o caso de Sorriso, onde recentemente os empresários realizaram uma feira para desovar o estoque antigo e iniciar a preparação para as festas natalinas e de passagem do ano. Apesar de as compras dos estoques serem feitas apenas no próximo mês o presidente da Associação Comercial e Industrial do município, Laércio Chorro de Araújo Estrela, diz que neste fim de ano o segmento aguarda uma retração de cerca de 30% nas transações comerciais em relação ao mesmo período do ano passado. “Consequentemente o estoque também vai encolher nas mesmas proporções”.
O principal motivo é a descapitalização dos produtores agrícolas, que afetou a cidade, conforme destaca. Segundo Estrela, 90% da economia de Sorriso é movimentada pela comercialização da soja, que perdeu preço no mercado internacional em função da desvalorização cambial. “Diante desse cenário os lojistas estão cautelosos e comprando apenas o suficiente para não ficar com mercadoria estocada”.
Os comerciantes de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum também estão liquidando os estoques para se prepararem para as compras de fim de ano. Apesar disso, nas duas cidades o segmento está mais otimista, esperando crescimento médio de 5% nas vendas em relação a dezembro de 2004. A Associação Comercial e Industrial de Nova Mutum não informa qual foi o índice de variação nas vendas em dezembro do ano passado em relação a igual período de 2003. Em Lucas do Rio Verde as comercializações feitas durante a época de Festas foi 20% superior às do fim do ano retrasado.
Em Juína a Associação Comercial e Empresarial estima que as vendas de fim de ano vão ficar estagnadas em relação a igual época de 2004. Não foram apresentados números no ano anterior. De acordo com o presidente da entidade de classe, Rodolpho Ferreira de Melo, o cenário de paralisação no crescimento foi desencadeado pela crise no setor madeireiro, que representa de 35% a 40% da economia da cidade.(AM)