Madeireiras de Alta Floresta correm o risco de paralisar os trabalhos caso as chuvas não diminuam nos próximos dias. Em muitas, o estoque está quase zerado e os caminhões não conseguem sair do mato com novas cargas de toras. Grande parte da matéria-prima é trazida de Nova Bandeirantes, Apiacás, Nova Monte Verde, onde as estradas estão quase intrafegáveis.
Segundo o Sindicato das Indústrias Madeireiras do Extremo Norte (Simenorte), Lindomar Elias Dela Justina, caso continue chovendo forte, nos próximos 15 dias algumas empresas não terão mais madeira para trabalhar.
Além do fator climático, muitas indústrias estão apreensivas com a operação Arco de Fogo, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Polícia Federal e Força Nacional, contra o desmatamento na Amazônia. Equipes estão mobilizadas na região, mas ainda não foi definido o início.
A maior preocupação, conforme Justina, é com a forma que serão conduzidos os trabalhos. “Quem trabalha legalmente, com projetos de manejo, não tem com o que se preocupar, já que não terá problemas, mas ninguém sabe o que vai acontecer, como vai ser direcionada a operação”, argumentou.
A operação deve ser intensificada nos municípios apontados como maiores devastadores da Amazônia. Alta Floresta é um deles, porém, o Estado e autoridades locais contestam os números. “O Inpe apontou 113 pontos de desmate, que foram detectados no município, mas a Sema fez um levantamento, in loco e constatou que são irreais, que não houve desmate”, ponderou o presidente.
Mesmo com a contestação do Estado, o Governo Federal mantém a realização da operação Arco de Fogo e a proibição de novos desmates nessas cidades.