O bloqueio geral de cargas na BR-163, que já passa de 53 horas em Lucas do Rio Verde e hoje passou a ser feito em Sinop, Sorriso e Nova Mutum, impedindo a passagem de cargas, deve resultar na falta de combustível provavelmente a partir de amanhã, em algumas cidades. Em Sinop, a previsão é de que os estoques durem até, no máximo, sexta-feira. Só Notícias contactou, agora há pouco, com três distribuidoras do município e constatou que em duasos estoques acabaram. Em outra, os últimos caminhões (para abastecer postos de Sinop e cidades ‘fora do eixo da BR-163) foram liberados hoje de manhã. Só nos últimos dois dias a empresa distribuiu cerca de 1 milhão de litros de combustível na cidade, ultrapassando a média diária. “Essa mesma quantidade abasteceria os postos por cinco dias”, informou o gerente.
Já em outra distribuidora, que fornece cerca de 100 mil litros diários, o estoque deve durar até amanhã, mas só foi possível devido um racionamento feito pela empresa desde segunda-feira. As últimas cargas chegaram no município no domingo. Em Sorris,o alguns postos também prevêem a falta de combustível nos próximos dias. Em Vera (80 km de Sino), os postos estão desabastecidos e a partir de amanhã o transporte escolar será suspenso.
Em Sinop, alguns postos estão fazendo racionamento e estipulando a quantidade máxima de combustível para cada cliente. O diretor de três postos em Sinop, Agneu Bonicontro, serão liberados no máximo 10 litros por cliente. “Nossa reserva deve durar no máximo 30 horas, porque não trabalhamos com estoques grandes, já que a base fica no aqui na cidade”, disse. Só Sinop possui uma frota de aproximadamente 35 mil motos e automóveis.
Não há previsão para liberação da rodovia. Cargas de combustível que saí’rám de São Paulo em direção ao Nortão conseguiram passar, hoje de manhã, por Rondonópolis onde havia bloqueio geral, que acabou suspenso devido a tumultos e confusões entre caminhoneiros e produtores.
Em diversas regiões de Mato Grosso, onde o Grito do Ipiranga começou, tendo adesão em 10 Estado, o bloqueio foi intensificado depois que o governo não atendeu nenhuma reivindicação feita pelos agricultores, que estiveram reunidos, juntamente com prefeitos, com o ministro Roberto Rodrigues.
A expectativa está voltada para sexta-feira, quando produtores e autoridades da região se reúnem com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e esperam respostas do Governo Federal, para as reivindicações entregues ontem, em uma reunião em Brasília.
Os agricultores apresentaram 13 reivindicações do movimento Grito do Ipiranga. Mas fontes apontam que, se forem atendidas pelo menos 4 itens, os bloqueios devem ser encerrados:
1- Pacto de 180 dias com todos os credores, sejam eles empresas e/ou instituições financeiras dos setores privado e público.
Neste período, precisamos de apoio do governo para construir um plano de refinanciamento dos débitos. Solicitamos que neste período nenhum produtor seja incluído nos sistemas de restrição de crédito, como Serasa, Cadin, protesto ou ajuizamento. Esta medida é emergencial dada a total falta de liquidez do setor.
2- Desoneração do óleo diesel.
Somente com o frete estamos gastando cinqüenta por cento (50%) da nossa produção.Com o fim da subvenção do óleo diesel em 2001, o item passou a ser um dos mais caros do mundo e principal responsável pelo aumento do custo de produção da agropecuária.
3- Cumprimento da Política Agrícola prevista na legislação vigente
A garantia de preços mínimos está prevista na Lei 8171/91, que institui a política agrícola brasileira, e na Lei 4504/64, que institui o Estatuto da Terra, e no Artigo 187 da Constituição Federal. Os preços fixados atualmente não cobrem os custos de produção.
4- Alocação de recursos suficientes para sustentação de preços.
Ampliação do teto para AGF, EGF, PEP e contrato de opção com recursos liberados diretamente ao produto
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