O grande vilão do Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil no mês de maio foi o cimento que registrou um aumento de 17,46% com relação ao mês passado, sendo que no acumulado dos últimos 12 meses o aumento é de 42,31%. O cimento, junto com a porta interna (16,77%), a bancada de pia de mármore (15,66%), a tinta látex (13,78%) e a esquadria de correr (11,77%) são os fatores que impulsionaram o CUB deste mês que atingiu o valor de R$ 625,89 – 2,81% a mais, comparado ao mês de abril. Nesse mesmo mês, o cimento teve uma alta de 3,62%, o que representa um incremento de mais de 13% de um mês para o outro. Em Sinop, por exemplo, a saca passou de R$ 16, em média, para R$ 24.
Para entender como esse aumento pode influencias na construção basta levar em conta que as empresas quando fazem um orçamento de uma obra calculam o preço que devem gastar com o todo. Isso é feito com o preço vigente no mercado no momento da cotação, prevendo uma pequena variação de custos. Um aumento como esse, pode chegar a inviabilizar uma obra prejudicando todo seguimento da construção, assim como os seus clientes.
“Nos últimos meses o cimento já vinha dando sinal de que poderia nos proporcionar problemas ao ponto do Sinduscon – MT já está buscando alternativas para frear essa alta e ao mesmo tempo evitar a falta do produto no estado”, declarou o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Carlos Richter Fernandes.
No montante do CUB podemos dividir os custos em quatro sendo 60,38% para os materiais, 36,65% para a Mão de Obra, 2,10% para as Despesas Administrativas e 0,87% com os Equipamentos. A referência para a base desses cálculos é a de um projeto residencial (R8-N), que é representado por um edifício residencial multifamiliar de oito andares, onde o tipo de acabamento é de padrão normal, composto por três dormitórios, sendo uma suíte com banheiro, banheiro social, sala, circulação, cozinha, área de serviço com banheiro e varanda.
O CUB serve de referencia para construtoras fazerem seus orçamentos e para instituições como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que usam o CUB para liberações de Certidões Negativas de Débitos (CND) das empresas do setor. Como tal, o CUB não deve ser comparado a outros índices do setor da construção, calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), que empregam metodologias distintas para finalidades igualmente diferenciadas.