Os produtores rurais da região Norte de Mato Grosso estão se mostrando bastante conscientes quanto a forma correta de destinação final das embalagens vazias dos agrotóxicos que utilizam em suas plantações. Todas as embalagens devem ser encaminhadas para as centrais de recebimento, para que sejam recicladas e, desta forma, não vão poluir o meio ambiente.
A central de recebimento de embalagens agrotóxicas de Sorriso recebeu um grande volume de embalagens vazias neste ano. Até o mês de agosto, 368,086 toneladas já haviam sido entregues sendo encaminhadas para as centrais de reciclagem. A meta para o ano de 2005, estabelecida pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), é de 727,094 toneladas. Mas, de acordo com a agrônoma responsável pela central, Luciana Pereira, a previsão é de receber, até dezembro, 512,086 toneladas.
“O Inpev sempre nos passa uma meta, mas realizamos alguns estudos na região e constatamos que a previsão acaba sendo menor, sendo que só nos faltam 144 toneladas para cumprir nossa previsão. É que levamos em conta que muitas embalagens compradas neste ano só serão inutilizadas na próxima safra, portanto passam a fazer parte da previsão de recolhimento para o ano seguinte”, explicou, ao Só Notícias.
Luciana esclarece ainda que as 12 centrais e 4 postos espalhados por todo o Estado de Mato Grosso já receberam 3.635,046 toneladas de embalagens até agosto. Só o posto de recebimento de Sinop, que encaminha as embalagens para a central de Sorriso, já recebeu, até este mesmo mês, uma média de 35 toneladas.
Só Notícias apurou que a quantidade de embalagens processada este ano, em todo o país, foi 25,6% maior que as processadas em 2004. Ou seja, um total de 13.671 toneladas em 2005, contra 10.883 toneladas em 2004. Os Estados que mais processaram embalagens foram Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Sul, que juntos representam 74% do total devolvido em todo o País. Só em Mato Grosso foram 2.937 toneladas, isto é, 24,2% a mais do que em 2004, quando foram processadas 2.365 toneladas.
Todas as embalagens são encaminhadas, pelos produtores, primeiramente para os postos, são inspecionadas e classificadas entre lavadas e não lavadas. Após esse processo, elas são encaminhadas às centrais de recebimento que, por sua vez, as separam por tipo (PET, COEX, PEAD MONO, Metálica, papelão), fazem a compactação por tipo de material e as encaminham para as recicladoras de todo o país. Entre elas, de Cuiabá, Rio de Janeiro e São Paulo.
O destino final dessas embalagens varia entre madeira plástica, embalagens para óleo lubrificante, vassoura, canos de conduíte, cordas, barricas de papelão, economizadores de concreto entre outros produtos.
O sistema de destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos é formado pela integração de diversos elos da cadeia produtiva agrícola como agricultores, canais de distribuição, cooperativas, indústria e o poder público. O Inpev é uma entidade sem fins lucrativos responsável pela destinação final das embalagens devolvidas nas unidades de recebimento. O instituto representa a indústria fabricante de defensivos agrícolas e atende às determinações da Lei Federal 9.974 de junho de 2000.