A carga tributária brasileira atingiu 38,80% do PIB em 2006, o que representa um crescimento de 0,98 ponto percentual em relação a 2005, quando alcançou 37,82%, segundo projeções do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). Os dados são baseados no PIB brasileiro que cresceu 2,9% em 2006, segundo divulgou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em valores, o total da arrecadação tributária, nos três níveis (federal, estadual e municipal), passou de R$ 732,87 bilhões para R$ 815,07 bilhões, de 2005 para 2006, crescimento nominal de R$ 82,2 bilhões.
Segundo projeção do instituto, cada brasileiro pagou de tributos em média R$ 4.434,68 em 2006, ou seja R$ 447,23 a mais que em 2005.
Em relação ao PIB, os tributos federais representaram 27,12%, os estaduais 10,08% e os municipais, 1,6%. Do total da arrecadação, os federais são responsáveis por 69,91%, os estaduais 25,97% e, os municipais 4,12%.
O presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, disse que “o excesso de tributação retira poder de compra dos salários ao mesmo tempo em que aumenta o preço final das mercadorias e serviços, retraindo o consumo, afastando investimentos produtivos e dificultando a geração de empregos formais”.
Segundo histórico do instituto, a carga tributária registrou queda, durante o governo Lula, apenas em 2003, com recuo de 0,30 ponto percentual. Em 2004, a alta foi de 1,26% e, em 2005, de 1,02.
Durante os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso, a carga tributária teve redução apenas em 1996, de 1,61 ponto percentual, nos demais anos, de 1995 e 2002, a carga tributária cresceu. As altas foram de 0,31 ponto percentual (1995), 0,18 (1997), 1,86 (1998), 1,98 (1999), 1,53 (2000), 0,84 (2001) e 2,16 (2002).