O Indicador de Custos Industriais aumentou 2,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao último trimestre de 2015. A alta é inferior aos 3,2% registrados no período imediatamente anterior. Mesmo com a desaceleração, o indicador acumula uma alta de 12,3% quando comparado ao primeiro trimestre do ano passado, informa o estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira, 21 de junho.
O aumento de 2,2% do início deste ano foi puxado pelas altas nos custos de energia, com capital de giro e tributos. A conta de energia da indústria subiu 8,7%, os custos com capital de giro aumentaram 5,7% e os com tributos cresceram 4,2% no primeiro trimestre de 2016 em relação ao último trimestre de 2015.
De acordo com o estudo, o custo com capital de giro cresce sem parar desde o terceiro trimestre de 2014. As altas persistem mesmo com a interrupção dos aumentos na taxa básica de juros da economia, que está em 14,25% ao ano há 10 meses. "Isso pode ser consequência da crise econômica, na medida em que a situação financeira das empresas se deteriora e aumenta o risco de inadimplência em empréstimos bancários", avalia o estudo da CNI.
Os custos de produção, formados por despesas com pessoal, com energia e com bens intermediários, tiveram alta de 1,7% no primeiro trimestre em relação ao período imediatamente anterior. Nesse item, a energia subiu 8,7%, os custos com pessoal aumentaram 2,0% e os dos bens intermediários cresceram 1,1%. A desaceleração dos custos com bens intermediários é resultado da queda dos preços dos insumos importados e da redução do ritmo dos aumentos dos insumos nacionais. Os preços de bens intermediários importados recuaram 1,9% e os dos nacionais tiveram alta de 1,7%, menos do que os 5,3% registrados no trimestre anterior.
Apesar dos aumentos, a indústria conseguiu repassar a alta dos custos do primeiro trimestre para os preços. O índice de preços manufaturados (IPA – indústria de transformação) teve alta de 2,2% nos primeiros três meses deste ano em relação ao último trimestre de 2015. "Isso indica estabilidade na margem de lucro da indústria", diz o estudo.
O trabalho ressalta que o aumento de 2,2% nos custos prejudicou a competitividade da indústria brasileira no mercado externo. Isso porque os preços em reais dos insumos importados caíram 2,3% e os valores em reais dos manufaturados nos Estados Unidos ficaram estáveis no primeiro trimestre.