As exportações mato-grossenses registraram no período de janeiro a junho de 2006 o menor crescimento dos últimos anos. Apesar de ter atingido o valor acumulado de US$2 bilhões, o aumento das vendas externas no período foi de 3,40% em relação aos primeiros seis meses de 2005.
“Os números pouco expressivos deste primeiro semestre expressam a crise do agronegócio, somada aos protestos com bloqueios de estradas e ferrovias e pela greve da Receita Federal”, explica o gestor de Comércio Exterior da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Antônio Maurílio Galesso.
No primeiro semestre deste ano, a Balança Comercial de Mato Grosso ficou registrada em US$ 1,89 bilhão no acumulado, valor apenas 7% maior do que o saldo de US$ 1,77 bilhão no mesmo período de 2005, indicando forte perda de dinamismo do setor externo, se comparado com o desempenho do passado recente.
As importações apresentaram queda de 34%. O valor acumulado foi registrado em US$ 109 milhões de janeiro a junho deste ano. “Por um lado a redução das importações mato-grossenses contribuiu para o aumento do superávit, porém por outro lado é também um indicador da crise do agronegócio, que está comprando bem menos insumos e equipamentos tecnológicos”, explica o gestor da Sicme.
No primeiro semestre de 2006 a exportação do complexo soja (grãos, farelo, óleo e lecitina) apresentou queda de 2%. O complexo soja é responsável por 78% do total comercializado por Mato Grosso. Dentre os produtos, o farelo apresentou queda de 27%, o óleo sofreu redução nas vendas de 53% e a soja em grãos registrou crescimento de 15,35%.
As exportações do complexo carne (bovina, suína e aves) cresceram 88,79%. A comercialização da carne bovina até junho deste ano totalizou US$ 190,6 milhões, com crescimento de 127,8% em valor, comparado com o mesmo período do ano passado. A venda de frango caiu 3,7% no faturamento, devido à queda ainda maior de 18,16% no volume físico, mesmo com o aumento de 18,37% no preço médio em relação ao ano passado.
“A carne suína também apresentou queda de 75%, sendo possivelmente relacionado com embargos externo por questões de sanidade animal, como casos de febre aftosa, repetindo a tendência dos meses anteriores”, explica Galesso.
A madeira continua apresentando expressiva queda de 20,87%, refletindo as enormes dificuldades operacionais que a indústria madeireira vem enfrentando no Estado desde 2005.
O algodão, açúcar e couro apresentaram crescimentos respectivos de 35%, 22%, 114%. Somente o milho registrou queda de 75%. A exportação total desse grupo de produtos foi de US$ 129,9 milhões, com crescimento de 7,3% em relação ao mesmo período do ano passado. “No caso do milho, a expressiva queda foi registrada nas vendas em valor e em volume, mesmo com o aumento de 11,11% nos preços internacionais verificado no primeiro semestre deste ano”, acrescenta Antonio Maurílio Galesso.