O secretário de Estado de Meio Ambiente e vice-governador, Carlos Fávaro, mostrou-se impressionado com a clareza e objetividade da proposta de parceria apresentada pela representante do KfW. Ele ressaltou que o programa Produzir, Conservar e Incluir (PCI), apresentado na Conferência do Clima (COP 21) de Paris, tem o desafio de criar uma nova cultura que aliará a expansão da produção com a conservação ambiental e ainda promoverá a inclusão social. No entanto, a nova estratégia requer de apoio de parceiros internacionais para ser colocada em prática.
“Nós trouxemos representantes de todas as secretarias para mostrar que a atual gestão trata o tema meio ambiente com uma questão estratégica e transversal, pois entendemos que o nosso principal ativo para expansão da produção com sustentabilidade não é a terra e sim a manutenção das condições climáticas. Criar um mecanismo que remunere a população por esses ativos é hoje um grande desafio”, frisou Carlos Fávaro.
Para Christiane, que estará em visita técnica em Mato Grosso entre os dias 02 e 07 de junho, o objetivo é desenvolver um projeto similar ao que está em andamento no Acre, com ações desenvolvidas a partir da política estadual de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento, Degradação florestal, Conservação, Manejo Florestal Sustentável e Aumento dos Estoques de Carbono Florestal).
“O objetivo é colocar em práticas uma agenda positiva que promova equidade social, em um contexto de redução de desmatamento, especialmente na fronteira agrícola, e mais oportunidades de renda à quem vive da terra”. A reunião integra uma missão do KfW que tem por finalidade apresentar o Programa Global REM (REDD for Early Movers – pioneiros na conservação), que vislumbra realizar uma potencial parceria com Mato Grosso para intensificar os trabalhos com os estados da Amazônia.
O secretário do Gabinete de Assuntos Estratégicos (GAE), Gustavo Oliveira, que coordena o PCI, pontuou à visitante que possuir 60% do território de 905 mil km² de extensão territorial, o terceiro maior do país, significa ter uma área de floresta conservada do tamanho da Espanha ou da França, o que exige esforços e investimentos significativos do Estado. “Estamos relativamente atrasados em relação ao desenvolvimento do Sul e Sudeste do país, o que não deixa de ser uma oportunidade para que Mato Grosso possa implantar um novo modelo que seja sustentável”.
O governador Pedro Taques, que participou brevemente da agenda, deu boas-vindas à representante internacional dizendo que o atual espírito da gestão estadual é querer fazer diferente, buscar inovações, é admitir que há problemas e desafios a serem superados, mas trabalhar para buscar meios inteligentes e eficientes de equacioná-los. “Sozinhos nós não conseguiremos, por isso valorizamos tanto o relacionamento internacional com quem pode e quer nos auxiliar a cumprir o nosso dever de casa”.
Também participaram desta agenda: Gabinete de Desenvolvimento Regional (GDR), Secretarias de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), de Desenvolvimento Econômico (Sedec), de Cidades (Secid), de Planejamento (Seplan), de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Casa Militar, Fórum Mato-grossense de Mudanças Climáticas (FMMC) e Conselho Gestor de REDD+, Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Arefloresta, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Fundação Nacional do Índio (Funai) e ONF Brasil.
Inclusão social produtiva
Com o desafio de incluir 762 assentamentos rurais e 102 famílias que vivem hoje nessas pequenas propriedades, o secretário de Agricultura Familiar e Regularização Fundiária, Suelme Fernandes, frisou que o Estado se orgulha de ser um grande produtor de commodities, mas que é preciso reparar a contradição na produção de alimentos que vão à mesa da população, já que 80% dos alimentos são importados de outros estados. “Estamos em busca da soberania alimentar e também da inclusão produtiva das famílias com políticas sérias, com qualificação, assistência técnica, tecnologia e empreendedorismo, porque política de agricultura familiar não significa assistencialismo”.
Grupo KfW
É um dos bancos de fomento líderes e mais experientes do mundo e está comprometido com a melhoria sustentável das condições de vida, focando nos âmbitos econômico, social e ambiental, contribuindo, especialmente, com ações voltadas para o clima, que é a área para qual destina boa parte dos financiamentos.
Durante esta e a próxima semana, a representante também visitará as secretarias envolvidas na execução dessas ações e conhecerá os projetos desenvolvidos. Além disso, apresentará o Programa REM – REDD+ Early Movers, por meio do qual o KfW apoia países/estados pioneiros em iniciativas de redução de emissões de gases do efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal (REDD), que tenham adotado iniciativas voluntárias de conservação florestal visando à mitigação da mudança climática.
O Programa recompensa o desempenho desses países/estados na redução do desmatamento e da degradação, além de promover o desenvolvimento sustentável para o benefício dos pequenos agricultores, das comunidades extrativistas e indígenas por meio da repartição justa dos benefícios.