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Bancário feito refém e sequestrado acaba demitido no interior

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Vinte dias após ser sequestrado e ficar refém de bandidos em uma agência do Banco do Brasil em Campo Novo dos Parecis (396 km a noroeste de Cuiabá), o bancário André Luís Moraes, 23, foi demitido. Entre os motivos elencados pelo avaliador está "a falta de força de vontade e de comprometimento extremo com a instituição". O trabalhador está em tratamento psiquiátrico e toma remédios controlados porque ficou por mais de 2 horas com uma pistola apontada para a nuca. Ele também foi ameaçado do morte pelos bandidos. Um deles, obrigou o ex-funcionário a atear fogo no interior da agência e ainda disse que ia queimá-lo no final da ação criminosa.

André conta que não sabe o que fazer e buscará auxílio jurídico para tentar ser reincorporado ao quadro de funcionários. O trabalhador relata que estava na mesa dele, atendendo os clientes quando os bandidos entraram. Um dos ladrões colocou a arma na cabeça dele e o acompanhou durante todo o episódio. Na fuga, André foi colocado dentro de uma das caminhonetes e libertado nas proximidades do rio Sangue, que fica a 20 km do núcleo urbano.

Após o crime, o banco encaminhou os funcionários para um médico ginecologista que fez todos os procedimentos trabalhistas. André não sentia-se bem e veio até Cuiabá em busca de atendimento especializado. O psiquiatra deu 15 dias de licença médica e, no final do prazo, o profissional sugeriu uma ampliação do afastamento por mais 30 dias. O bancário recusou-se a receber o novo atestado porque tinha medo de perder o emprego e voltou para Campo Novo dos Parecis, onde recebeu a informação que estava demitido.

O jovem ressalta que antes de vir para a Capital, o avaliador dele disse que estava tudo certo e que seu parecer seria positivo. Isto foi antes do assalto, o que leva André a acreditar que a licença de saúde causou a demissão.

O presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e do ramo Financeiro de Mato Grosso (Seeb), Arilson Silva, disse que a instituição já acionou o setor jurídico para auxiliar o bancário e buscar meios legais para fazer a reintegração. Conforme Silva, André é o quarto bancário a ser demitido pelo Banco do Brasil após o estágio probatório.

Outro lado – O Banco do Brasil, por meio da assessoria de imprensa, diz que o funcionário passou por estágio probatório de 90 dias e não atingiu desempenho esperado e que a demissão não tem ligação com o assalto ou licença médica.

 

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