O saldo da balança comercial de Mato Grosso em janeiro de 2006 fechou com um superávit de US$ 234,948 milhões, resultado 73% superior ao mesmo período de 2005, quando o saldo ficou positivo em US$ 135,681 milhões. O comércio exterior no Estado cresceu o faturamento a taxas acima da média brasileira, superando a balança comercial em 43%, se comparado com os 30% atingidos pelo Brasil. O agronegócio impulsionou os resultados positivos, que responde com mais da metade da economia produzida.
“As vendas de Mato Grosso no mercado externo somaram US$ 258,992 milhões em janeiro de 2006, que representa um crescimento no faturamento de 66%, comparado às exportações no mesmo mês de 2005, que atingiu US$ 155,266 milhões exportados”, informa o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso, Nereu Pasini. Mato Grosso permanece em 10º lugar no ranking nacional, que representa 2,79% das exportações totais do Brasil e 60,92% das exportações da região Centro-Oeste, onde figura como maior exportador.
A participação da soja na pauta de exportações aumentou em relação ao mesmo período do ano passado em um ponto percentual, no total exportado de US$ 176,957 milhões, que corresponde a 68% das exportações totais do Estado, contra US$ 104,705 milhões exportados em janeiro de 2005. O preço médio da soja subiu um centavo de dólar, entretanto, registrou-se um aumento de quatro centavos de dólar no preço médio de grãos de soja.
“O crescimento do faturamento em 69% deve-se principalmente ao aumento do volume exportado em 61%, que representa 271 mil toneladas a mais exportadas em janeiro de 2006, comparado a janeiro de 2005” informa o coordenador do Centro Internacional de Negócios da Fiemt, Maurício da Costa Capillé.
CARNE – As exportações de carne obtiveram um crescimento do faturamento em 230%, apresentando destaque em todos os segmentos, passando a ocupar a segunda posição entre os produtos mais exportados do Estado. As exportações em janeiro de 2006 alcançaram a marca de US$ 32,830 milhões, que representa 12,68% da pauta de Mato Grosso, contra US$ 9,935 milhões exportados no mesmo período do ano passado. “A carne bovina representa o carro chefe das exportações no complexo carne, com exportações de US$ 27,133 milhões, que representa um crescimento de 226% em relação a janeiro de 2005”, ressalta o coordenador do CIN.
O setor de aves apresentou resultados positivos nas exportações, no entanto, ainda sofre com a instabilidade de preços devido à gripe aviária. Registrou-se crescimento de faturamento no setor em 246%, que representa US$ 5,509 milhões exportados em janeiro de 2006, contra US$ 1,592 milhões em janeiro de 2005, o que dá alento aos produtores continuarem na luta por melhor preço e qualidade do produto. A carne suína apresentou crescimento no faturamento de 412%, que representa US$ 186,7 mil exportados em janeiro de 2006, contra US$ 36,4 mil em janeiro de 2005.
No caso do algodão a diminuição do preço médio no mercado internacional foi equilibrada pelo crescimento do faturamento no setor em 54% nas exportações de janeiro de 2006, saindo de US$ 17,159 milhões em janeiro de 2005 para US$ 26,513 milhões em janeiro de 2006. O aumento do volume exportado em 10 mil toneladas neste mês também contribuiu para a estabilidade do setor.
MADEIRA – O setor madeireiro apresentou um saldo negativo de 22% devido a exclusão de empresas do comércio internacional e o fechamento de indústrias madeireiras. O valor ficou representado por US$ 10,621 milhões exportados, contra US$ 13,725 milhões em janeiro de 2005. “As expectativas para 2006 estão nebulosas para o setor, pelo menos enquanto perdurar a política cambial do dólar em relação ao real, que tem maior impacto para as micro, pequenas e médias empresas” explica Maurício Capillé.
O maior crescimento no faturamento apresentado foi no setor de couro que ficou em 904%, representado por US$ 5,505 milhões exportados em janeiro de 2006, contra US$ 547,9 mil em 2005. “O setor alavancou as exportações e mostra seu potencial de crescimento em volume exportado de 241 toneladas em janeiro de 2005 para 2,169 toneladas em janeiro de 2006, o que representa um aumento de 797% no volume exportado”, destaca Pasini.
PAÍSES – A União Européia permanece encabeçando a lista como maior comprador do Estado, com total de US$ 137,138 milhões exportados em janeiro de 2006, contra US$ 74,166 milhões em 2005, apresentando crescimento no faturamento de 85%. Em relação ao desempenho individual os Países Baixos (Holanda) voltou a ser o principal país comprador dos produtos mato-grossenses, com um crescimento de 295%, representado por US$ 73,674 milhões, que quase a totalidade está concentrada na soja. Em segundo lugar vem a China com total de US$ 21,486 milhões, que apresentou crescimento de 289%.
IMPORTAÇÕES – As importações de Mato Grosso em janeiro de 2006 concentram-se em sua maior parte em produtos químicos que são utilizados em adubos e fertilizantes para a lavoura, com expressivo crescimento do produto “uréia” em mais de 2.000% em relação ao mesmo mês de 2005. “Há possibilidade de aumentar as importações do Estado, pois com superávit favorável na balança comercial, Mato Grosso tem espaço para crescer com a importação de bens de capital e tecnologia avançada para agregar maior valor a seus produtos” afirma o presidente da Fiemt.