Após quatro meses em negociação os diretores do Sindicato das Indústrias Madeireiras (Sindusmad) e do Sindicato dos Trabalhadores (Siticom) fecharam acordo, agora há pouco, que o reajuste salarial para os mais de 2,5 mil funcionários das cidades de Sinop, Cláudia, União do Sul, Itaúba, Santa Carmem e outros municípios será de 5%. Foi o mesmo percentual estabelecido no ano passado. A reivindicação dos trabalhadores era de 15%.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria, Construção Civil e Mobiliário, Vilmar Galvão, o resultado foi satisfatório. “Dentro do que temos de inflação podemos dizer que foi um resultado até que satisfatório porque a maioria dos sindicatos, em algumas categorias, não conseguiu um reajuste de 5%. Entendemos que o momento é difícil, mas principalmente o trabalhador do setor madeireiro ganha pouco, diferente de outros. Então, quando temos um reajuste de 5% para o setor podemos imaginar – principalmente para os empregadores – que é um grande aumento”, relatou, ao Só Notícias.
Algumas empresas da região já tinham reajustado os salários segundo o presidente do Sindusmad, José Eduardo Pinto. A partir de agora, terão que compensar a diferença nas próximas folhas. “A grande maioria das empresas já concedeu algum reajuste em maio, mas ocorre que o nosso dissídio coletivo, que é a data base para se fazer alteração no valor do salário, é primeiro de maio. Então, aquilo que ficou acordado agora entra em vigor retroativo. Aquelas empresas que ainda não concederam reajuste terão que fazê-lo e retroceder sobre o salário de maio, inclusive reembolsando as diferenças deste período”, explicou.
“Digamos que uma empresa tenha dado 3% de reajuste. Ela terá que inteirar os 5%. Ela terá que recalcular o valor do salário de maio, junho e julho e as diferenças serão acrescentadas no holerite”, acrescentou Eduardo.
O presidente ainda salientou que o acordo foi fechado entre as duas partes. “Claro que não é um número que agrada todos os lados, mas um que o setor poderia absorver no momento, visto que estamos tendo grande dificuldade, estas operações desanimando os empresários, o próprio câmbio em defasagem e isto dificulta”, relatou.
“Acho que comparado com a inflação é um reajuste onde o setor procurou favorecer o trabalhador, uma vez que está acima dos índices do período. Foi uma vitória que o trabalhador conseguiu”, concluiu.
Conforme Eduardo, o reajuste não será restrito apenas para trabalhadores de madeireiras, mas os de base florestal também, cujas empresas estejam ou não filiadas aos Sindusmad.