O consumo total de energia elétrica em Mato Grosso apresentou alta mensal e anual em junho. No mês passado foram demandados 648,461 mil megawatts-hora (MWh), com expansão de 2,43% sobre o consumo registrado em junho do ano passado (633,461 mil/ MWh) e de 2,24% sobre maio último, quando foram utilizados 634,646 mil MWh. Os valores, informados pela Energisa, concessionária de energia elétrica em Mato Grosso, levam em consideração o consumo no mercado cativo e livre.
No Estado, o segmento residencial lidera o consumo de energia elétrica e demandou, no último mês, o total de 199,975 mil MWh, alta de 6,9% sobre 187,052 mil MWh verificados em junho de 2014. No 5o mês deste ano, no entanto, os consumidores residenciais utilizaram 203,647 mil MWh.
Para o vice-presidente do Conselho dos Consumidores de Energia Elétrica de Mato Grosso (Consel), Benedito Paulo Nunes, o avanço anual no consumo pode ser justificado pela expansão no número de unidades consumidoras atendidas pela concessionária de energia no Estado. Já a diminuição no consumo de maio para junho deste ano foi motivada pela necessidade dos consumidores economizarem, diante do alto custo da tarifa. “Para o consumidor residencial, a tarifa encareceu cerca de 24,5% em março deste ano e o governo federal avalia novo aumento para novembro, que está sendo cobrado pelas distribuidoras”
Na residência de Rita de Aquino Soares, 67, o consumo de energia elétrica resultou em despesa mensal de R$ 300 no mês passado. “Continuo com os mesmos equipamentos eletrônicos, o consumo controlado, mas a conta subiu de maio para junho”. Segundo a Energisa Mato Grosso, outros segmentos que intensificaram o consumo de energia nos últimos12mesesforam:comercial (6,8%), rural (0,2%) e público (6,16%). Em relação a maio, houve incremento na demanda nos setores industrial (3,87%), comercial (1,40%), rural (12,88%) e público (2,24%).
Segundo o vice-presidente da Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio/ MT), Hermes Martins, os comerciantes têm se empenhado em cortar as despesas, inclusive com energia elétrica. No meio rural, a necessidade de utilizar os sistemas para irrigação das lavouras a partir de maio impede a redução no consumo, comenta o diretor administrativo e financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Nelson Piccoli. “Esse ano, mesmo com essas pancadas de chuvas fora do prazo, modifica muito pouco a utilização dos pivôs de irrigação, que são necessários para as lavouras de soja, algodão e feijão”.
Baixa no consumo- Apenas 2 setores diminuíram o consumo de energia elétrica em Mato Grosso. Em comparação com junho de 2014, houve redução no último mês apenas no consumo industrial (-5,9%) e próprio (-10%). Já em relação a maio, o consumo próprio continuou retraído em junho e o residencial também diminuiu. As variações mensais negativas foram, respectivamente, de 5,67% e 1,80%.
As indústrias utilizaram 166,744 mil MWh em junho deste ano, ante 177,251 mil MWh no mesmo período do ano passado. O motivo da redução está relacionado à desaceleração da produção industrial no atual cenário de crise econômica, pondera o doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Ivo Leandro Dorileo. Em maio, a atividade industrial demandou 160,519 mil MWh, num avanço mensal de 3,67%.
uanto ao consumo próprio, atribuído às usinas que geram e absorvem parte dessa produção nas geradoras, subestações e departamentos administrativos, a demanda oscilou de 860 MWh em junho de 2014 para 774 MWhnomêspassado,quedade10%.
Em comparação com maio, quando foram necessários 820 MWh, a diminuição foi de 5,67% no setor.
Nacional- Dados preliminares de medição coletados entre os dias 1o e 30 de junho apontam redução no consumo (-1,1%) e geração (-1,5%) de energia elétrica no país, na comparação com o mesmo mês de 2014. As informações constam no boletim InfoMercado Semanal, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O consumo de energia elétrica somou 56,818 mil MW médios, com redução tanto no mercado cativo, no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras, quanto no Ambiente de Contratação Livre (ACL), no qual os consumidores compram energia diretamente dos fornecedores. O consumo cativo, por sua vez, registrou 42,552 mil MW médios, com leve redução de 0,7%, enquanto a queda entre os agentes livres foi de 2,4%, com 14,266 mil MW médios consumidos.
Na análise do consumo pelos segmentos industriais que adquirem energia no ACL, os setores de extração de minerais metálicos (5,1%), telecomunicações (4,2%), madeira, papel e celulose (2,3%) e transportes (1,3%) foram os únicos que tiveram aumento do consumo no período. Os demais ramos da indústria registraram queda, com maior redução no de saneamento (-15%), bebidas (-14,1%) e veículos (-9,1%).