quinta-feira, 2/maio/2024
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Atividade econômica do Brasil deve recuar 1,5% neste ano, estima Cepal

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A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) divulgou hoje (29) seu relatório anual com perspectivas econômicas para a região, no qual estima contração de 0,4% na América do Sul, puxada principalmente pelo Brasil, cuja retração foi calculada em 1,5% neste ano. Os números foram apresentados pela secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, em Santiago, no Chile, em entrevista transmitida por videoconferência.

De acordo com o estudo, a América Latina e o Caribe devem crescer apenas 0,5% neste ano. Ainda que a desaceleração seja um fenômeno em toda a região, o crescimento é bastante diferente entre as sub-regiões, diz a Cepal. A América do Sul, por exemplo, apresenta contração de 0,4%, enquanto a América Central e o México devem crescer 2,8% e os países do Caribe terão evolução estimada em 1,7%.

Conforme o relatório, a desaceleração deve-se tanto a fatores externos como internos, e o grande desafio é dinamizar o investimento e melhorar a produtividade. O diretor do escritório da Cepal no Brasil, Carlos Mussi, disse que a economia brasileira está passando por uma encruzilhada em relação ao tipo de ajustes que precisam ser feitos e aos rumos a serem seguidos para a retomada do crescimento.
Tudo dentro de um quadro de muitas incertezas em âmbito internacional, ressaltou Mussi. “Estamos aumentando juros, que são despesas. Ao mesmo tempo, estamos com a arrecadação em queda. Então, a economia brasileira tem que começar a tomar decisões.”

A respeito do lento crescimento mundial, o estudo destaca a desaceleração da China e de outras economias emergentes, e ressalta a tendência de queda nos preços dos produtos básicos e a incerteza dos mercados financeiros internacionais. Com o fortalecimento do dólar e as dúvidas quanto à estabilidade do euro, há maior volatilidade cambial. Mussi lembrou que, apesar de haver queda no crescimento da China, ainda se fala em expansão de 6,5%, "em um cenário de mundo crescendo muito pouco”.

O secretário executivo adjunto da Cepal, Antônio Prado, lembrou que o Brasil sempre teve grande capacidade de se recuperar após ajustes, como em 2003. “Esta forte desvalorização da moeda vai incentivar a manufatura a exportar mais e importar menos. E espera-se que a economia possa receber efeitos positivos da indústria manufatureira e receber mais investimentos”, disse ele.

Para estimular o crescimento, o relatório da Cepal considera importante ter regras fiscais que protejam o investimento, recorrendo a parcerias público-privadas e a novas fontes de financiamento, como os bancos de investimento e a infraestrutura nos países emergentes, como os que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), por exemplo. O estudo da Cepal diz ainda que o investimento não afeta apenas o ritmo e a acumulação de capital, mas também se relaciona com a produtividade das economias.

Na opinião de Mussi, investimento tem a ver com confiança, e confiança tem que ser criada. "A preocupação dos investidores é com a solidez das contas públicas. Eles [investidores] temem ser surpreendidos por aumento de impostos, variação da taxa de juros ou disponibilidade de crédito, por exemplo. A economia brasileira está passando por um crunch [dificuldade] creditício tremendo. O crédito para pessoas jurídicas está praticamente parado”, destacou.

Outro aspecto citado pelo relatório da Cepal é o impacto negativo sobre a taxa de desemprego, que deve subir de 6% para 6,5%. Esse enfraquecimento da geração de emprego afeta o poder de compra das famílias, o que resulta em menores taxas de crescimento do consumo privado.

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