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Arranjo produtivo incentiva empresários em Mato Grosso

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Impostos mais baratos, troca de experiência, uma centena de novas ideias e um crescimento considerável para os setores que receberam o Arranjo Produtivo Local (APLs) em Mato Grosso. Ao todo o Estado tem dez APLs implantados que reúnem cerca de 600 empresas. Entre os setores beneficiados estão comércio de água mineral, gráfico, móveis, apicultura e arroz.

O setor do vestuário foi um dos que mais cresceu com a implantação do APLs. Cuiabá, Varzea Grande e Rondonópolis foram os municípios que receberam o arranjo. De acordo com o secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, além dos benefícios fiscais, o APL incentiva os empresários a buscar novas tecnologias para incrementar os negócios.

Nadaf explica ainda que a cada dia o número de participantes em cada APL aumenta. “Além do incentivo fiscal, os empresários têm outros tipos de benefícios como a orientação empresarial e o subsidio para a participação em eventos”. O ICMS Garantido e Tributário são os incentivos fiscais concedidos às empresas que participam dos APLs.

Uma das diretoras do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Rondonópolis, Cláudia Fogotti, acrescenta que uma vantagem muito importante para o setor são as reuniões frequente para troca de informações. “Como temos o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) como parceiros também somos beneficiados com a qualificação de mão de obra constante, embora ainda não atenda a necessidade do setor”.

Claudia, que além de diretora do Sindicato, também é empresária, conta que há sete anos passou a fazer parte do APL do setor do vestuário em Rondonópolis. “É uma ação que nos deu a condição de ter competitividade no mercado. Melhorou a vida do empresário e contribuiu para o crescimento do setor”. Em Rondonópolis o setor do vestuário gera cerca de cinco mil empregos diretos.

De acordo com a técnica do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Marta Célia Cassin, as parcerias ajudam a subsidiar a participação dos empresários em eventos e feiras. Com isso, fica mais em conta e os empreendedores pode expor e divulgar seus produtos nestas viagens. “Os empresários que vão para os eventos em outros estados ou países sempre voltam cheio de novas ideias e compartilham com os colegas. Isso sempre acaba incrementando o setor”.

O Governo Estadual e os parceiros ficam responsáveis pelo apoio técnico durante as viagens, mas cada empresário paga sua passagem e a hospedagem. “É uma forma de facilitar a buscar de novas tecnologias para o setor empresarial, mas cada um paga sua conta”, enfatiza o secretário da Sicme.

Para a empresária do setor do vestuário, em Cuiabá, Maria de Lurdes Figueiredo,fazer parte do APL só trouxe vantagens. “Levei meus produtos para vários eventos e assim divulguei a minha empresa. Isso sem falar que as viagens sempre nos trazem novas ideias e também nos deixa mais animados em busca de solução para os nossos problemas cotidianos”.

Tanto Cláudia, como Lu, garante que os APLs contribuem muito para o desenvolvimento do setor. Mas as duas ressaltam que ainda há muito para conquistar. O principal desafio enfrentado pelo setor é a falta de mão de obra qualificada tanto em Cuiabá, como em Rondonópolis. “Não podemos contratar uma pessoa sem experiência, porque isso influencia na qualidade do nosso produto. Mas acreditamos no investimento do Governo e parceiros para qualificar mais profissionais para o nosso setor”, diz Lu Figueiredo.

O proprietário da BLM Indústria de Moda, Sérgio Antunes, afirma que o empreendedor que não está incluso no APL está tendo prejuízo. “Uma vez por mês os técnicos do Sebrae fazem uma reunião para detectar as deficiências da empresas e corrigí-las, melhorando a produção. O APL nos incentiva e orienta. É algo saudável para empresa.”

Além de criar articulações de crescimento estrutural, os APLs ajudam os funcionários serem mais dinâmicos, trabalhando em forma de cooperativa, com o repasse de informação e gerando novas ideias. “Estou incluso no APL há quase cinco anos. No começo eu tinha apenas 45 funcionários e em 2011 tenho 110, só na matriz,” afirma Sérgio.

Objetivo dos APLs – adotar metodologias de organização para empresas. A intenção é coordenar e orientar as empresas de como vender mais, diminuir custos, produzir uma política local, qualificação de mão de obra, infraestrutura e aumentar a competitividade, firmando as chances de sobrevivência e crescimento.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), criou em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL). Em parcerias com outras instituições o Governo Federal e Estadual, por meio da Secretaria de Indústria Comércio Minas e Energia (Sicme), criou em 2005 o Núcleo Estadual de Trabalho dos Arranjos Produtivos Locais de Mato Grosso (NET APL/MT).

O que é – um conjunto de fatores econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, desenvolvendo atividades econômicas e que apresentam vínculos de produção, interação, cooperação e aprendizagem.

Vantagens – as empresas se tornam mais fortalecidas, pois juntas criam um grupo articulado e importante para a região. Esse grupo abre espaço para a interação com o governo, associações empresariais, associações de produtores órgãos públicos, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

APLs – Número de empresas participantes
Arroz – 34
Água Mineral – 9
Indústrias Gráficas – 38
Móveis da Região de Juína – 80
Móveis do Vale do Telespires – 100
Móveis de Cuiabá e Várzea Grande – 82
Móveis Região de Sinop – 22
Apicultura Região de Cáceres – 66
Confecção da região Cuiabá e Várzea Grande – 81
Confecção da região de Rondonópolis – 66

 

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