A Operação Arco de Fogo, deflagrada em fevereiro para combater a exploração ilegal de madeira na Amazônia, vai acirrar a fiscalização em Mato Grosso nos próximos dias. Cerca de 250 homens do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atuarão em três eixos no estado, identificados como bases da exploração ilegal da floresta.
A operação é coordenada pela Polícia Federal e além do Ibama, conta com a atuação da Força Nacional de Segurança. O coordenador geral da operação, delegado Álvaro Palharini, prefere não divulgar o efetivo da corporação que será deslocado nas próximas ações da Arco de Fogo.
Números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados ontem (22) apontam que Mato Grosso foi responsável por 77% dos 145,5 quilômetros quadrados de novos desmatamentos registrados pelo Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter) no mês de março. Somente o município de Marcelândia, norte do estado, contabilizou 45% do total de desmatamento da Amazônia Legal no período. O município é um dos 36 que mais desmataram em 2007 (de acordo com o Inpe).
“Os números do Deter servem exatamente para isso: orientar a fiscalização”, apontou o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, que avaliou a redução de novas áreas desmatadas entre fevereiro e março como um “resultado da presença do estado brasileiro” na Amazônia. “Mesmo com a variação de nuvens na região [que dificultam as análises por satélite], os números são significativamente menores que nos meses anteriores”, avaliou.
“A tendência lógica é a queda dos níveis de desmatamento, os madeireiros estão sofrendo a ação do Estado”, acrescentou o delegado Palharini. De acordo com a PF, a Operação Arco de Fogo não tem previsão de término, e de acordo com o coordenador geral, deverá ser intensificada, com possíveis “mudanças de estratégia e de alvos” nos três estados de atuação: Pará, Rondônia e Mato Grosso.
Além desta ação conjunta, outra operação de combate ao desmatamento também está em curso na região, coordenada pelo Ibama. De acordo com Montiel, desde o inicio de março a Operação Guardiões da Amazônia apreendeu 37 mil metros cúbicos de madeira ilegal, aplicou mais de R$ 168 milhões em multas, lacrou 27 serrarias e madeireiras e embargou 14 mil quilômetros quadrados de áreas irregulares nos nove estados da Amazônia Legal.