Os investidores continuam aplicando na caderneta de poupança, mesmo após as mudanças na rentabilidade que deixaram o investimento menos atrativo. Segundo dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira (6), a captação (diferença entre depósitos e saques) no mês passado ficou positiva em R$ 8,252 bilhões, resultado de R$ 109,594 bilhões de depósitos e R$ 101,342 bilhões de retiradas ocorridas no período de 2 até 31.
Em junho, os depósitos superaram as retiradas em R$ 5,115 bilhões (R$ 98,845 bilhões de aplicações e R$ 93,729 bilhões de saques). A captação no mês passado foi, portanto, 61,33% superior. Para o gestor da Lecca Investimentos, Georges Catalão, o brasileiro continua investindo na poupança porque não entendeu direito as novas regras de rentabilidade da caderneta, que passaram a valer no dia 4 de maio. "Existem outras estratégias a longo prazo com desempenho melhor em renda fixa ou até mesmo em outras estratégias, como a bolsa, fundos de multimercados, entre outros", diz.
Mudança nas regras
Desde o dia 4 de maio passaram a valer as novas regras de rentabilidade da aplicação: toda vez que a Selic (taxa básica de juro) estiver em 8,5% ao ano ou menos, a poupança passa a remunerar seus aplicadores com 70% da Selic mais TR (Taxa Referencial). Se a Selic estiver em mais de 8,5% ao ano, permanece a regra anterior: TR mais 0,5% ao mês.
Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), encerrada no dia 11 de julho, a taxa foi para 8% a.a. De acordo com o Ministério da Fazenda, com a Selic neste patamar, o rendimento mensal da poupança fica em 0,46% mais TR.