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Alta Floresta: setor madeireiro cauteloso com ‘comportamento’ do dólar

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Mesmo diante das altas registradas pelo dólar nas últimas semanas, o setor de base florestal do extremo Norte também prefere analisar com cautela o cenário atual e não arriscar projeções quanto ao incremento sobre as vendas de madeira ao mercado externo. No município, grande parte dos produtos negociados com países e blocos econômicos é desta natureza. Para o presidente do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte (Simenorte), Lindomar Dela Justina, a moeda norte-americana deve estar em patamares maiores ao de atualmente para fomentar novos negócios. “O dólar deve voltar a pelo menos R$2,20, principalmente para compensar o custo de produção”, declarou, ao Só Notícias. O sindicalista explica ainda que nos últimos meses Alta Floresta contabilizou redução no volume exportado de madeira.

Os custos de produção ainda estão entre as principais barreiras a serem superadas. Ainda, fatores externos como problemas enfrentados pelos Estados Unidos, principal mercado consumidor da matéria-prima altaflorestense contribuíram para reduzir o volume de vendas nos últimos meses. “Com os problemas, chegou a um ponto deles não fazerem nem mais pedidos”, acrescentou o presidente.

A realidade retratada por Justina pode ser constada por meio de números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. De janeiro a agosto Alta Floresta teve queda de 30% nas exportações frente ao mesmo período do ano passado, com as movimentações somando pouco mais de US$9,6 milhões, ante os US$13,7 milhões anteriores. A queda do município nas vendas têm se tornado constantes. No trimestre chegou a -1,49%. No quadrimestre, em -12,03%. Em cinco meses, -25,70%, no semestre, 25,71%, e, em sete meses, -26,71%.

A madeira detém a maior parcela de bens mais vendidos para o exterior. Até o mês passado, a não conífera encabeçou a relação, chegando a casa dos US$7,8 milhões, 81,48% de participação sobre a fatia total. Em seguida, apareceram outras madeiras serradas/cortadas em folhas, com espessura superior a seis milímetros, com US$1,6 milhão em negócios, ou 16,99%. Madeira de Ipê, serrada/cortada em folha com espessura também superior a seis milímetros, negociados US$132,9 mil, 1,38% do volume geral. De portas, caixilhos, alizares e soleiras, de madeira, o município exportou US$14,8 mil, menos de 1% do geral.

Lindomar salienta que diante do cenário, o mercado interno ainda mostra-se mais atrativo para o empresário. Prova disto é que do montante negociado pelo município em cerca de dois anos e sete meses, um total de R$90.961.087,25 originou-se pelos negócios realizados com outros Estados. As vendas internas promovidas em Alta Floresta, outros R$9.138.889,54.

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