Catorze prefeitos de Mato Grosso pediram ao IBGE revisão do Censo de 2010. Eles temem perder recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), calculado de acordo com o número de habitantes. Ao todo, 40 das 141 cidades do Estado (28,36%) perderam população se comparado ao censo de 2000.
Segundo o chefe da unidade do IBGE em Mato Grosso, Delvaldo de Souza, pediram revisão de dados as prefeituras de Colniza, Denise, Alta Floresta, Nobres, Terra Nova do Norte, Cuiabá, Nova Bandeirantes, Tabaporã, Campo Verde, Nova Lacerda, Cáceres, Matupá, Nova Canaã do Norte e Alto Taquari.
Os pedidos foram apresentados até a quarta-feira da semana passada, quando expirou o prazo para os municípios do país inteiro solicitarem a revisão. O IBGE, no entanto, só divulgou ontem a relação de quem recorreu, já que os requerimentos foram feitos individualmente pelas prefeituras através da internet e não haviam sido catalogados. Foi também ontem que ocorreu a divulgação dos dados finais do censo que mostram Mato Grosso com 3.033.991 habitantes (aumento de 21,15% em 10 anos).
Entre os 14 municípios que querem novo cálculo, apenas 2 estão entre os que perderam população (Terra Nova do Norte e Tabaporã). Os demais registraram crescimento, mas abaixo da expectativa mantida até a divulgação dos dados. Itaúba (a 600 km de Cuiabá) foi a que registrou no Estado maior redução no número de habitantes e está entre as 5 do país nesse quesito.
Delvaldo diz que, apenas dos pedidos de revisão, não deverá ocorrer muitas mudanças além da diferença já verificada entre os dados preliminares divulgados no dia 3 de novembro e o resultado final anunciado ontem. "Isso porque nós já fizemos um trabalho de rever algumas informações porque percebemos várias quedas na população. Vamos sim atender esses pedidos e dar uma resposta a esses municípios, mas isso não deve resultar em alterações", afirma Delvaldo.
O número de habitantes também reflete no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Além da população, o FPM é formado também pelos impostos de Renda e o sobre Produtos Industrializados (IPI), sendo transferido para os municípios a cada 10 dias.
Os dados do censo refletem ainda no Fundo de Participação dos Estados (FPE), mas isso não deverá acarretar em perdas para o governo de Mato Grosso, já que o Estado é o que apresentou segundo maior crescimento na região Centro-Oeste, ficando atrás apenas do Distrito Federal.