Abastecer veículos com álcool poderá deixar de ser um bom negócio a partir de fevereiro ou março deste ano, quando o preço do combustível poderá romper o limite competitivo de 70% do da gasolina.
Segundo estimativas de especialistas do mercado, consultados pelo jornal Gazeta Mercantil, os preços podem subir gradativamente pelos próximos meses até que se estabilize com a chegada da nova safra no País. O mesmo ocorreu no ano passado, quando o produto chegou a registrar alta de 65%.
O preço do álcool hidratado nas usinas subiu 10% nas duas últimas semanas, que correspondem ao início da entressafra. Especialistas acreditam que a frota de quase 2,5 milhões de carros flex – mais que o dobro de 2005 – e a antecipação de compras pelas distribuidoras provocaram a disparada.
Segundo o diretor técnico da União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica), Antônio Pádua Rodrigues, há também as distribuidoras que não costumam comprar com antecipação e concentram a busca pelo combustível em dezembro, o que faz com que o preço reaja a uma demanda mais forte.
“Este não é um preço político. Ele sobe devido a uma série de motivos ocorridos no final do ano. O preço seguirá subindo até que não seja mais vantajoso ao consumidor e ele volta à gasolina. Foi o que ocorreu em 2006 nessa mesma época”, disse.
De acordo com o analista da RC Consultores Fábio Silveira, o álcool hoje está em 51% do preço da gasolina. “Os preços do álcool podem subir em janeiro e também em fevereiro, que, pelas nossas projeções, não devem chegar aos 70%”.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-USP) informou que o preço médio do litro do hidratado estava em R$ 0,84299 na semana de 24 a 29 de dezembro – quando, na anterior, era de R$ 0,80596. O preço do álcool hidratado disparou 4,59% na última semana do ano.