O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) está com novas regras que visam, principalmente, aumentar a tecnologia no plantio dos pequenos agricultores e, consequentemente, alcançar um aumento da produção. O governo federal aposta nisso como mecanismo para reduzir a inflação dos alimentos, já que a agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos com maior peso no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ontem, Cuiabá foi a 13ª capital visitada pelo diretor de Financiamento e Proteção da Produção Rural da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), João Luiz Guadagnin, para o Encontro Técnico de Crédito Rural. Até o final de agosto esse evento deve ser realizado em todos os estados do país para informar o setor sobre as novas regras do Pronaf para esta safra.
O público alvo foram representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), Empresa Mato-grossense de Pesquisa e Extensão rural (Empaer), bancos e órgão governamentais. Segundo Guadagnin, houve mudança radical nas regras do Pronaf e toda mudança, por menor que seja, gera desentendimentos. O objetivo dele foi nivelar o entendimento sobre o assunto para assegurar que os pequenos agricultores continuem tendo acesso ao crédito.
Para a safra 2008/2009 o plano safra Mais Alimentos está destinando a Mato Grosso aproximadamente R$ 350 milhões. Ao todo, são em torno de 150 mil famílias na agricultura familiar no Estado, conforme o secretário-adjunto de Agricultura Familiar da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural, Jilson Francisco Silva. No caso de Mato Grosso, esses recursos são do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO).
Uma das principais novidades desse plano safra é a criação de uma linha de crédito especificamente para manejo e conservação do solo. Conforme Guadagnin, a tecnologia utilizada com esse fim na agricultura familiar ainda é muito pequena, por vários fatores, entre eles a falta de conhecimento e de orientação técnica. Para estimular a utilização de mais tecnologia, o plano safra vai disponibilizar financiamento de até R$ 7 mil, com um ano de carência, cinco anos para pagar e juros de 1% ao ano. “Só o fato de manejar corretamente o solo vai proporcionar um salto na produção”, garante.