quinta-feira, 2/maio/2024
PUBLICIDADE

Abertura de empresas aumenta mais de 8% em Mato Grosso

PUBLICIDADE

A abertura de empresas em Mato Grosso avançou 8,8% em 2017, na comparação com o ano anterior. Foram registrados 11,777 mil novos negócios na Junta Comercial (Jucemat) ao longo do ano passado, enquanto 2016 contabilizou 10,821 mil. O crescimento está associado à retomada dos indicadores econômicos, que provoca mais confiança nos empreendedores e também pela necessidade, já que muitos trabalhadores buscaram no empreendedorismo uma forma de obter renda e assim driblar o desemprego.

Apesar da expansão registrada em 2017 em relação a 2016, o número contabilizado é inferior ao registrado em 2015, quando o Estado ganhou 12,479 mil novos empreendimentos. Para o economista e tributarista Jonil Vital de Souza, uma parte deste aumento se justifica pela retomada da economia. “Houve um estágio de recuperação econômica e alguns setores, principalmente o agronegócio, não sentiu tanto a crise como outros. A economia do país tem dado mostra disso e Mato Grosso mais ainda, já que é o Estado com maior evolução do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017”, pontua.

Além da retomada da atividade econômica, o especialista destaca que a crise leva as pessoas a empreenderem por necessidade. Dentro do volume de empresas abertas em 2015, cerca de 50% eram do setor de serviços. No total, foram 5,888 mil novos negócios neste segmento, enquanto o comércio contabilizou 4,662 mil e a Indústria 700 registros. “Com a crise, muitas pessoas que perderam emprego recorreram à prestação de serviços. Não é à toa que esta atividade registra o maior volume de registros. Pessoas que se aventuraram no empreendedorismo por necessidade contribuíram para este aumento. Até porque o setor de serviços, geralmente, requer menos investimento, porque não necessita de estoque de produtos, matéria-prima, ou muita infraestrutura”, ressalta o economista.

Na análise dos números de 2017, por segmento, o setor de Serviços foi o que mais cresceu. O aumento na abertura de empresas dentro deste segmento chegou a 12,5%, com a formalização de 5,888 mil registros contra 5,234 mil do ano anterior. O comércio também apresentou expansão, passando de 4,346 mil formalizações em 2016 para 4,662 mil no ano passado (+7,27%). Na variação anual, apenas a indústria caiu, com apenas 700 aberturas contra 751 de 2016 (-6,79%). Para Jonil Vital, apesar de a economia ter iniciado um ciclo de recuperação, este é apenas o pontapé inicial para saída da crise e lavará alguns anos para alcançar o mesmo patamar de produção de 4 anos atrás. “Apesar de ter crescido, ainda se produz cerca de 13% a menos que nos anos anteriores. A produção e as vendas estão inferiores o registrado em 2013. Alguns setores estão dando sinais de que começarão a engrenar, mas será uma retomada lenta. Anos atrás faltava empregados, hoje são mais de 12% da população desocupada”.

Mesmo na crise existem aqueles que acreditam e se dispõem a empreender. O empresário Genilton Quintino, proprietário da Divina Batata, abriu a 2ª unidade do seu restaurante em novembro do ano passado, após 3 anos de inauguração da 1ª loja. A empresa que nasceu no seio familiar, no quintal da casa, tem sabor de “comida de família” e ganhou asas, fez sucesso e expandiu motivando o surgimento da 1ª filial. “Agora temos o desafio de tocar essa nova loja fora do ambiente em que a empresa nasceu, no bairro CPA, e dentro de um shopping, o que é bom”, conta o empresário que planeja crescer.

Desafio maior que abrir um negócio é mantê-lo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Cadastro Central de Empresas, apontam que de cada 10 negócios abertos apenas 4 resistem no período de 5 anos. Para que esses novos negócios possam crescer é necessário um ambiente propício ao desenvolvimento, além de planejamento.

O secretário adjunto de Empreendedorismo e Investimentos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Leopoldo Rodrigues Mendonça, afirma que o Estado tem trabalhado para melhorar o ambiente de negócios em Mato Grosso. Ele cita como exemplo o limite de crédito liberado pela Desenvolve MT. “A mudança em relação ao microcrédito, limitando o volume de empréstimo a R$ 50 mil, é uma mudança para que esse recurso possa chegar às micro e pequenas empresas, que representam 95% das empresas de Mato Grosso”, pontua. “Nós temos trabalhado para melhorar esse ambiente, mas ainda não estamos satisfeitos e planejamos mais mudanças”.

Além desta mudança, ele ressalta outras que estão a caminho, como a implantação da Redesim (Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização das Empresas de Negócios). A plataforma visa a integração nacional entre os órgãos governamentais para a simplificação e agilidade dos procedimentos de registro e demais processos burocráticos necessários ao funcionamento da empresa. O Comitê gestor da Redesim em Mato Grosso será formalizado amanhã (5) em Cuiabá.

 “Além disso, a criação do Fórum das Micro e Pequenas Empresas já está na Casa Civil, onde reuniremos os representantes do setor para discutir várias questões, como a legislação tributária e melhorias para implantação de empresas”. A Pasta também aguarda a aprovação da Lei das Micro e Pequenas Empresas, que visa dar competitividade aos pequenos negócios, como a possibilidade de realização de licitações exclusivas. “São fatores que irão desburocratizar e trazer transparência para o ambiente de negócios e maior segurança jurídica”.

COMPARTILHE:

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Mato Grosso tem 25 mil contrações a mais no trimestre; março fica com menor saldo

As indústrias e empresas mato-grossenses contrataram 55.237 funcionários com...

Período para servidores entregarem declaração de bens e valores termina 30 de junho

Servidores e empregados públicos ativos do Governo de Mato...

Contribuintes em MT devem aderir ao Refis Extraordinário para negociar débitos com desconto

Os contribuintes com débitos relativos ao Imposto sobre Circulação...

Pesquisa de entidade mato-grossense aponta aumento no nível de confiança do empresário

Com oscilação de quase 2 pontos observados nos últimos...
PUBLICIDADE