A Secretaria de Estado de Fazenda mais uma vez busca sensibilizar seus servidores a participar de uma corrente do bem por meio do projeto Inclusão Literária, de Clovis Matos, que dissemina o gosto pelo saber através da leitura. Clovis Matos, o Papai Noel Pantaneiro, foi surpreendido em dezembro com um incêndio que destruiu parcialmente a casa que servia como depósito dos materiais de seus projetos sociais. Milhares de livros do projeto Inclusão Literária foram queimados, junto com computadores e outros materiais.
Clovis está recebendo apoio de todos que conhecem seus projetos sociais e uma rede de solidariedade se formou para ajudá-lo. Além dos materiais de construção e móveis para reconstruir seu depósito, as doações em livro são a meta principal da campanha, pois darão ao Papai Noel Pantaneiro a chance de retomar sua biblioteca volante que compõe o projeto Inclusão Literária.
Traga um livro, ou quantos desejar, e colabore com esta causa. Clovis pede apenas que não sejam doados livros didáticos, uma vez que cada escola tem a seu planejamento escolar. No mais, os assuntos podem ser variados, pois o importante é levar a cultura, com qualidade, aos jovens de todo Mato Grosso. A campanha é de iniciativa do servidor José Martinho Filho, da Coordenadoria de Acompanhamento da Execução Orçamentária, Financeira e Contábil (COFIC).
Os livros podem ser entregues na Unidade de Serviços de Comunicação (USC), no Complexo I, ou na Gerência de Saúde no Trabalho e Qualidade de Vida (GQV), no Complexo IIIB.
Clovis Matos é técnico administrativo da Universidade Federal de Mato Grosso. A ideia do projeto Inclusão Literária surgiu quando ele era gerente de marketing de uma rede de livrarias de Cuiabá. Nessa época, resolveu criar um espaço de leitura na loja e percebeu que as pessoas frequentavam o local e liam livros inteiros, mas não compravam. Intrigado, começou a perguntar por que não adquiriam os livros. ‘É caro, a gente não tem dinheiro para comprar’, diziam.
“Daí eu pensei: se as pessoas que vão ao shopping, e têm acesso à livraria, não podem comprar porque não têm dinheiro, imagina quem está na zona rural e na periferia”, explica. “O Inclusão Literária surgiu como uma proposta de facilitar o acesso ao livro às pessoas que não tinham”, conta.
Por mais de dez anos manteve o projeto Inclusão Literária por conta própria, aceitando apenas a doação de livros. Às vezes organiza um bazar, vendendo alguns exemplares em vizinhanças mais afortunadas de Cuiabá para levantar recursos e continuar com o projeto. Mesmo nesses momentos podem-se encontrar, em um cantinho, os livros que serão dados.
“A minha intenção é que as pessoas tenham livro na mão. Faço essas ações no interior, mas às vezes também faço no shopping. Não me importa a posição social das pessoas, o que importa é que elas tenham acesso aos livros e leiam”, conta Clovis, que só recentemente recebeu um apoio do Governo do Estado. Aí já viu né… o projeto deslanchou. Agora tem contador de histórias e já chega bem mais longe.
Além da biblioteca itinerante, Clovis também monta bibliotecas nos locais que visita. Uma bolsa grande, como aquelas que vemos frequentemente nas bancas de jornal acomodando revistas, está pregada na parede de postos de gasolina, restaurantes e lanchonetes dos municípios da região.