terça-feira, 1/julho/2025
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Um punhado de dólares

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A grande empresa alemã Siemens, colaborando com as autoridades brasileiras, forneceu pistas para se investigar acertos nas licitações dos metrôs de São Paulo e de Brasília, durante governos tucanos. Enquanto isso, a revista Época publica depoimento de ex-diretor da Petrobrás mostrando milhões de dólares de propina em negócios da petroleira, que supostamente iriam para parlamentares do PMDB. E nesta semana o Supremo retoma o julgamento do mensalão, com 25 condenados, a maioria integrantes do PT e de outros aliados do governo.

Se por um milagre do Papa Francisco, a visita dele tiver convencido empreiteiras e fornecedores de governos – federais, estaduais, municipais – a fazerem como a Siemens, revelando a lista de propinas pagas para ter contratos, vai se descobrir que o inferno ficará lotado de pecadores tupiniquins. E vai se entender também porque não sobra dinheiro para educação e saúde e porque falta para ciência e tecnologia, para vias de transporte, para portos, aeroportos, transporte público, segurança pública.

A percepção dos jovens de junho gritou bem alto: “Cidadão passivo, corrupção ativa”. Os jovens trouxeram uma esperança no país de uma passividade que também significa cumplicidade. O intermediário de negócios não-transparentes não leva pouco. A Época fala em 10 milhões de dólares na intermediação da venda de uma refinaria da Petrobrás na Argentina. Não é pouco. Mas isso não deve ser sequer a pontinha do tempano – como os argentinos chamam os iceberg que flutuam no lago de El Calafate, perto da casa dos Kirchner.

É um terrível círculo vicioso: os partidos não nos dão alternativa – os candidatos são aqueles que eles escolhem; nós, eleitores, então votamos e os elegemos; depois eles pedem propina para a próxima campanha eleitoral do partido, para se manterem no poder; e a propina vem, de alguma forma, dos nossos impostos ou do preço que pagamos a mais no contrato governamental – o sobrepreço para dele tirar a propina. Quer dizer, elegemos os que nos vão fazer de bobos. O Papa soube que tem isso até em empresas do Vaticano e agora combate a desonestidade. Aqui neste pobre rico país, quando será que cada um de nós se tornará um Francisco?

 

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