PUBLICIDADE

Um punhado de dólares

PUBLICIDADE

A grande empresa alemã Siemens, colaborando com as autoridades brasileiras, forneceu pistas para se investigar acertos nas licitações dos metrôs de São Paulo e de Brasília, durante governos tucanos. Enquanto isso, a revista Época publica depoimento de ex-diretor da Petrobrás mostrando milhões de dólares de propina em negócios da petroleira, que supostamente iriam para parlamentares do PMDB. E nesta semana o Supremo retoma o julgamento do mensalão, com 25 condenados, a maioria integrantes do PT e de outros aliados do governo.

Se por um milagre do Papa Francisco, a visita dele tiver convencido empreiteiras e fornecedores de governos – federais, estaduais, municipais – a fazerem como a Siemens, revelando a lista de propinas pagas para ter contratos, vai se descobrir que o inferno ficará lotado de pecadores tupiniquins. E vai se entender também porque não sobra dinheiro para educação e saúde e porque falta para ciência e tecnologia, para vias de transporte, para portos, aeroportos, transporte público, segurança pública.

A percepção dos jovens de junho gritou bem alto: “Cidadão passivo, corrupção ativa”. Os jovens trouxeram uma esperança no país de uma passividade que também significa cumplicidade. O intermediário de negócios não-transparentes não leva pouco. A Época fala em 10 milhões de dólares na intermediação da venda de uma refinaria da Petrobrás na Argentina. Não é pouco. Mas isso não deve ser sequer a pontinha do tempano – como os argentinos chamam os iceberg que flutuam no lago de El Calafate, perto da casa dos Kirchner.

É um terrível círculo vicioso: os partidos não nos dão alternativa – os candidatos são aqueles que eles escolhem; nós, eleitores, então votamos e os elegemos; depois eles pedem propina para a próxima campanha eleitoral do partido, para se manterem no poder; e a propina vem, de alguma forma, dos nossos impostos ou do preço que pagamos a mais no contrato governamental – o sobrepreço para dele tirar a propina. Quer dizer, elegemos os que nos vão fazer de bobos. O Papa soube que tem isso até em empresas do Vaticano e agora combate a desonestidade. Aqui neste pobre rico país, quando será que cada um de nós se tornará um Francisco?

 

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Dois anos

Nos discursos de vitoriosos, os novos presidentes do Senado...

Lula é o problema

Já estão no noticiário as especulações sobre troca de...

Trump e Macunaíma

No discurso de posse, Trump poderia estar se dirigindo...

Troca de bandeiras

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues,...
PUBLICIDADE