O Brasil inteiro ficou horrorizado com as imagens do trator tomado pelo MST destruindo laranjeiras. Foram 12 mil laranjeiras, segundo o delegado de Borebi(SP). As laranjas ainda estavam verdes. Dá uma dor enorme no coração, sabendo que uma árvore é um ser vivo. Dói mais ver a brutalidade, a selvageria, a violência, contra um dos maiores esteios da riqueza do Brasil. Graças ao setor rural, que produz para alimentar os brasileiros, graças à abundância, os preços dos alimentos se mantêm estáveis. Graças ao setor rural que exporta, nossa balança comercial gera superávits que mantêm o equilíbrio de nossa economia. A conseqüência é que o dinheiro no bolso do povo não se desvaloriza pela inflação. O MST comete um crime não apenas contra a Cutrale ou contra a lei, mas contra o povo. Além de derrubar laranjeiras carregadas, o MST estragou motores da fazenda, pondo areia no sistema de alimentação; furtou adubo, peças de máquinas e objetos dos empregados da fazenda, segundo o delegado. “O que não conseguiram furtar, destruíram e sujaram. Foi um atentado à sociedade” – disse o delegado. Um caminhão com objetos furtados da fazenda foi encontrado a 300 quilômetros do local da invasão.
Se eu invadisse uma fazenda, tomasse um trator e saísse a derrubar laranjeiras, eu seria preso imediatamente, e me colocariam numa camisa-de-força. Mas se eu vestir uma camisa do MST nada vai me acontecer, porque o governo considera que o ato não seria uma ação de um vândalo, de um selvagem, mas de um integrante de movimento social. Se eu vestir um bonezinho vermelho do MST, tenho imunidade para saquear caminhões, interromper estradas, invadir prédios públicos, paralisar ferrovias, invadir fazendas e promover destruição.
O MST alega que a fazenda está em solo do estado e por isso pode invadir. Ora, essa fazenda já foi invadida outras vezes e a Cutrale sempre obteve na Justiça reintegração de posse. Deve ter, portanto, base jurídica para investir lá 1 milhão de laranjeiras. Além disso, o MST não é agente da lei; não é oficial de justiça nem juiz para despejar alguém. E, pasmem: a Comissão Pastoral da Terra, da Igreja Católica, não se constrangeu em defender a invasão, num momento em que todo o país a condena. Chegou a alegar que a culpa é dos meios de informação,que divulgaram as imagens do trator derrubando laranjeiras… Segundo a Pastoral, a divulgação fora feita para incentivar uma CPI que procura saber de onde vêm os recursos que financiam essas invasões. O porta-voz da Pastoral teve o desplante de dizer que a ação radical abre os olhos do país para a situação fundiária. Não devem ter tido aula de ética no seminário.
A coleta de assinaturas para abrir a CPI na Câmara Federal estava já com número suficiente, mas o governo deu ordens para intimidar seus seguidores com não-liberação de emendas, e 42 acovardados deputados retiraram assinaturas que, pelo jeito, pouco valem como palavra dada. Agora o Senado já tem número suficiente para apurar de onde vem o dinheiro que sustenta o MST. O líder do MST, Sr. Stedile, diz que Lula está mal-informado, porque qualificou a ação de “vandalismo”. Lula pode estar mal-informado sobre a derrubada de Zelaya, mas não sobre a derrubada das laranjeiras. Foi vandalismo, sim.