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A tempestade perfeita

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Aproxima-se no horizonte a tempestade perfeita, já prevista por não-meteorologistas. O governo veio desmontando o país por anos e agora está sem proteção para o que vem aí. A China, escolhida como nosso principal parceiro comercial, desacelera; o sol, nosso parceiro cotidiano, exagera explosões e esquenta uns graus as águas do Pacífico, o que significa catástrofes climáticas para o Brasil; e o governo, que tem sido uma catástrofe ambulante, enreda-se cada vez mais na própria teia. E o brasileiro, que escolheu pelo voto que isso acontecesse, vai pagar uma conta alta por uns três anos.

Tentaram uma manifestação pró-governo no meio da semana passada, com condução, camisas e cartazes, tudo pago, e ainda assim foi um fracasso. Nota oficial do partido no governo diz que os manifestantes do domingo anterior “não escondem seus propósitos antidemocráticos”. Os propósitos  dos manifestantes espontâneos do dia 20 foram impeachment e anti-corrupção. Ora, impeachment é essencialmente democrático, como defendeu o PT no processo contra o presidente Collor. Portanto, o que deve ser antidemocrático é a luta contra a corrupção. Supõe-se, portanto, que corrupção seja democrático, como se depreende da nota oficial. 

Mas é bom que a presidente não saia, pois é preciso assumir tudo o que foi feito. Que ela e o partido dela vivam as consequências do que cometeram nesses últimos anos. Difícil será corrigir o desmonte do país, a continuar com as idéias que fracassaram na União Soviética, na China, em Cuba, na Albânia, nos ridículos desastres da Coreia do Norte e da Venezuela. O governo escolheu como parceiros políticos e comerciais países para onde não estão indo brasileiros que buscam uma vida melhor – à razão de 36 emigrantes por dia, só considerando as saídas formais e legais. No plano interno, os que desfrutavam do poder estão abandonando um governo à deriva, numa demonstração de esperteza e covardia, com olhos nas eleições do ano que vem.

O PMDB, que deu ministros a Sarney, Itamar, Fernando Henrique e o Vice de Lula e de Dilma, e também governou nessas últimas décadas, agora ensaia uma retirada, percebendo o fracasso de que é sócio. O partido, aparentemente saciado, se motiva pela eleição municipal do ano que vem. Teria que permanecer governo, assumindo seus compromissos, suas responsabilidades. E o eleitor, que elegeu essa gente toda, vai purgar seu voto, para aprender que votar é mais importante que time de futebol e gera sérias consequências para todos. Aliás, por falar em futebol, o esporte nacional com mais público, revelou um barômetro, na meca do rodeio, Barretos. Num show no Parque do Peão, madrugada de domingo último, ergueram-se em uníssono as 40 mil vozes das arquibancadas, de gente nervosa como touros antes de entrar na arena. O coro condenava Lula e Dilma com palavras de ordem que não ouso repetir. Um barômetro prevendo tempestade.

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